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Cobertura Cine PE - Dia 3: O dia de Santoro


Para quem acompanhou o Cine PE em 2017, sabe que era programada pra edição passada uma homenagem a Rodrigo Santoro, que precisou ser adiada por conta da agenda do próprio, que não permitia isso. Do ano passado, então, vimos o astro pousar esse ano em Recife, e passou esbanjando simpatia, charme, mas principalmente uma incontida emoção. A agenda de Santoro só permitiu que o protocolo fosse diferenciado para a posição dela, então na tarde de domingo (3) tivemos coletiva lotada e hiper concorrida, com direito a muita gente que não conseguiu entrar, e contou com a simpatia de sempre dele. Receptivo e caloroso, Santoro guarda em si tudo o que a maturidade artística lhe trouxe sem jamais perder o frescor e a vivacidade nos olhos de alguém que não apenas acabou de começar como também trata sua carreira com muita vibração.

A coletiva trouxe a tona um lado de Santoro diferente do visto horas mais tarde no palco do São Luiz. Se à tarde ele parecia empolgado e vivo, na hora da premiação e de sua homenagem tivemos a impressão de que foi um baque pra ele ter a consciência da passagem do tempo e do agradecimento pela trajetória tão rica. Escancaradamente emocionado, o ator precisou interromper sua fala algumas vezes pra deixar as lágrimas rolarem. 

Quando foi surpreendido por um grito na plateia de 'Rodrigo, eu vim aqui entregar seu troféu!' para perceber que a voz era da homenageada no dia anterior, Cássia Kis, ele simplesmente parou de segurar a emoção. Rodrigo lembrou a passagem na cidade com Bicho de Sete Cabeças, da ovação que recebeu na época e do prêmio ele levou aqui com o filme. E disse não ter nenhum problema com as lágrimas que teimavam em brotar. Um momento de real envolvimento com a plateia que tocou a todos.

Quanto a seleção fílmica da noite, ela foi aberta com o competidor local Cara de Rato, de Benedito Serafim, que provocou a plateia com uma história polêmica de exploração sexual e emocional feminina, num filme que tenta colocar a mulher em culpabilização a todo o tempo. Já a competição nacional trouxe o romance gaúcho Através de Ti, de Diego Tafarel, que mostra um casal adolescente em viagem com seu melhor amigo. Os outros dois curtas eram cariocas - Plantae de Guilherme Gehr e Vidas Cinzas de Leonardo Martinelli. O primeiro uma animação ecológica forte e o segundo uma espécie de ficção com inspiração assumida no premiado Recife Frio de Kleber Mendonça Filho.

Entre os longas da competição, a noite trouxe o primeiro documentário da seleção, Marcha Cega, de Gabriel di Giacomo. O filme coloca na nossa frente o impacto da atuação da polícia em manifestações de 2013 a 2017, com relatos de vítimas, advogados e manifestantes, criando um caldeirão fervilhante de denúncias de abusos e crimes revoltantes cometidos indiscriminadamente nas ruas de São Paulo durante os eventos de manifestação. 

O segundo filme é mais raro, e se trata da produção goiana Dias Vazios de Robney Bruno Almeida. O filme tem uma comunicação direta com um público jovem, já que trata da história que é investigada hoje sobre um casal que viveu anos antes numa cidade do interior do estado. Nos dias atuais, um outro jovem precisa encontrar as respostas para a tragédia do passado, e ele vai mergulhar num universo do desconhecido de uma investigação, que deve falar muito mais sobre ele mesmo. O filme se propõe a um alerta contra a depressão e o suicídio na adolescência, logo um tema super atual.

Amanhã o diário trará tudo sobre o quarto dia da seleção e de como a emoção capturou o Cine PE. Continue acompanhando conosco!

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