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Entrevista 01 - Mariza Leão

 

 

Esta é uma matéria produzida em parceria entre o Cineplayers e a Downtown Filmes, com o intuito de divulgar, redescobrir e reapaixonar o público brasileiro pelos nomes importantes da nossa história cinematográfica.


Se você não conhece o nome de Mariza Leão, saiba que deveria, principalmente se considera um amante de cinema. No Brasil, o público tende a saber apenas os nomes dos atores e de alguns diretores, mas Mariza é uma das produtoras mais importantes do nosso cinema e merece reconhecimento por tal, responsável por diversos sucessos, como Meu Nome Não é Johnny (2007) e De Pernas Pro Ar (2010); mas aqui estamos nos adiantando, pois sua importância data de bem antes disso.

Começou produzindo curtas-metragens com Sérgio Rezende, com quem se casou e se tornou sua principal colaboradora. Entre os trabalhos realizados juntos estão Leila Para Sempre Diniz (curta, 1975), Até a Última Gota (1980), Lamarca (1994), Guerra de Canudos (1997) e Zuzu Angel (2006). Mas o mais importante dessa parceria é mesmo O Homem da Capa Preta (1985), filme com José Wilker e Marieta Severo sobre um congressista que andava em público com uma arma e a famosa capa preta. A fita foi premiada em Gramado como Melhor Filme em 1986.

Não se limitando a produzir apenas para Sérgio, Mariza trabalhou com diversos outros cineastas, como Murilo Salles (Nunca Fomos Tão Felizes, 1982), Gilberto Loureiro (Noite, 1983), Lui Farias (Lili, a Estrela do Crime, 1987), Paulo Sérgio Almeida (Inesquecível, 2007), chegando a produzir um filme de conclusão de curso da PUC, onde é professora, Apenas o Fim (2008), de Matheus Souza. Dirigiu apenas dois filmes: o curta Circos e Sonhos (1978) e o documentário de média metragem Regatão, O Shopping da Selva (2005). Profissional também engajada na elaboração política do cinema brasileiro, ocupou o cargo de diretora-presidente da RioFilme em 1992, tornando-se peça fundamental na reocupação do cinema nacional nas salas do Brasil.

 


1.
Você é uma produtora muito presente em todas as fases de seus projetos, do desenvolvimento do roteiro ao lançamento? Gosta de se envolver nos aspectos criativos dos filmes em que trabalha?

Mariza Leão: Para mim, produzir é estar presente em todas as etapas de um filme: do roteiro ao lançamento. Adoro desenvolver projetos. Ficar bordando uma ideia, quebrar a cabeça no roteiro, depois escolher equipe, elenco, locações e o desenho geral da produção. Adoro também a montagem, que é um momento de colocar um ponto final na estrutura de tudo isso. Depois, quando chega o lançamento, é hora de você trabalhar ainda mais, porque não é fácil fazer um filme aparecer no meio de tanta oferta. E quando se aproxima o lançamento, nervos à flor da pele. Tudo ou nada em apenas um final de semana! Haja coração!
 
2. Qual a importância de produtores experientes como você acolherem produções iniciantes como Apenas o Fim (de Matheus Souza, 2008)? O que precisa acontecer para haver mais casos como esse?

M.L.: Quando comecei a produzir, trabalhei com muitos diretores que estrearam comigo: Sergio Rezende, Murilo Salles, Gilberto Loureiro, dentre outros. Diretores estreantes são sempre um celeiro de idéias e o trabalho do produtor é justamente dar formato a essas idéias todas. Agora mesmo estou produzindo, junto com a Iafa Britz, um diretor estreante: Rodrigo Bittencourt. Ele nos procurou com um roteiro muito original e desafiador: Os Inocentes, que é uma paródia do Favela Movie. Acho que podemos brincar com isso.

3. Recentemente, pela primeira vez na história, uma mulher ganhou o Oscar de Melhor Direção. Acha que no Brasil também há esse tipo de preconceito, de disparidade entre os gêneros no mercado cinematográfico?

M.L.: Cineastas mulheres têm realizado filmes muito interessantes e é uma coisa que vem de várias gerações diferentes. De Helena Solberg a Laís Bodanzky, de Tizuka Yamasake a Anna Azevedo. O cinema brasileiro tem grandes diretoras.

4. Sua última produção foi o filme De Pernas Pro Ar (de Roberto Santucci, 2010), que recentemente se tornou um dos maiores sucessos de público e de bilheteria do cinema brasileiro. No filme, a personagem de Ingrid Guimarães personifica a mulher moderna: equilibrando família, trabalho e sensualidade. O que esse projeto, e seu sucesso, representam para sua carreira como "mulher poderosa" do Cinema Nacional?

M.L.: Caraca, não me sinto poderosa, sem nenhuma vontade de me fazer de boba. Sinto-me sim madura, capaz, energizada na busca de muitas coisas. Claro que sou um pouco a Alice, do De Pernas Pro Ar. Correndo pra lá e pra cá, falando no telefone na hora do almoço, olhando rendas no final de semana. Ou seja, sou compulsiva. Mas, ainda tenho esperança que posso fazer tudo isso, de um jeito menos agitado (risos).

 

Por Mariza Leão

 

5. Ingrid Guimarães em De Pernas pro Ar

Alice (Ingrid Guimarães) é uma executiva workaholic que toma um choque ao ser demitida. Ela conhece Marcela (Maria Paula), dona de uma sex shop, e embarca no negócio de vendedora de produtos eróticos a domicílio para se sustentar.

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4. Patricia Pillar em Zuzu Angel

Cinebiografia de Zuzu Angel (Patricia Pillar), estilista de sucesso que travou uma luta contra tudo e todos na busca do filho Stuart (Daniel de Oliveira), ativista estudantil morto pela ditadura militar brasileira.

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3. Fernanda Montenegro em Eles Não Usam Black-Tie

Em 1980, a vida do jovem operário Tião (Carlos Alberto Riccelli) entra em um verdadeiro tufão: ao mesmo tempo em que encontra a felicidade no casamento com Maria (Bete Mendes), grávida, ele deve enfrentar a fúria de seu pai (Gianfrancesco Guarnieri), um rígido sindicalista que fica com muita raiva ao saber que Tião furou a greve dos operários, temendo perder o emprego. Fernanda Montenegro interpreta Romana.

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2. Norma Bengell em Os Cafajestes

Um jovem playboy (, perturbado em ver a falência do pai, organiza uma plano para que a situação se reverta. Ele arruma um cúmplice e quer armar uma flagrante do seu tio rico com sua amante (Normal Bengell). O rapaz tiraria as fotos e depois o chantagearia com as provas.

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1. Leila Diniz em Todas as Mulheres do Mundo

Paulo (Paulo José) encontra seu amigo Edu (Flávio Migliaccio) e começa a contar para ele os problemas de seu relacionamento com Maria Alice (Leila Diniz), uma professora primária carioca que atrapalha sua intenção de transar todas as mulheres do mundo.

Saiba mais sobre Todas as Mulheres do Mundo.

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