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Entrevista 08 - Sandra Werneck

 

Esta é uma matéria produzida em parceria entre o Cineplayers e a Downtown Filmes, com o intuito de divulgar, redescobrir e reapaixonar o público brasileiro pelos nomes importantes da nossa história cinematográfica.

 

Sandra Werneck tornou-se conhecida do grande público em 1997, com Pequeno Dicionário Amoroso, mas já freqüentava os créditos cinematográficos há mais de 20 anos, quando estreou com o documentário Bom Dia Brasil, de 1976. Durante essas duas décadas, dirigiu diversos outros filmes do gênero, como Damas da Noite (1987) e Profissão Criança (1993), além de curtas-metragens, como Geléia Geral (1986) e Pintinho (1994).

Na comédia dramática Amores Possíveis (2001), trabalhou com Murilo Benício e Carolina Ferraz para contar a história de Carlos: após marcar um encontro e ficar esperando por Júlia em um cinema, conhecemos três versões distintas para o que aconteceu em sua vida pelos quinze anos seguintes. Mas foi com Cazuza – O Tempo Não Pára (2004) que Sandra conseguiu alcançar todos os tipos de público: ao lado de Walter Carvalho, realizou um dos maiores sucessos de bilheteria pós retomada, contando a história dramática de nosso eterno ídolo Cazuza, um dos mais importantes cantores e poetas de sua geração, que viu o sucesso, tocou corações, mas acabou vítima da Aids.

Com Meninas (2006), voltou aos documentários para acompanhar por um ano a história de três jovens que engravidaram cedo demais e em momentos adversos de suas vidas. Já em Sonhos Roubados (2009), encarou mais uma vez a dramaticidade e a responsabilidade social ao abordar como três outras meninas do Rio de Janeiro vêem suas perspectivas sucumbirem perante à prostituição, mas sem esquecer de sonhar, de amar e de se divertir.

Atualmente, Sandra está trabalhando na biografia da ex-candidata à presidência Marina Silva, através de sua produtora Cineluz Produções.

 

1. Como você vê o cenário atual do cinema brasileiro? O que mudou nos últimos 15 anos, desde a sua estreia com "Pequeno Dicionário Amoroso"?

Sandra Werneck: Vejo o cenário do cinema Brasileiro muito vigoroso, mudou muito desde o Pequeno Dicionário Amoroso, hoje a política audivisual criou mecanismos que ajudam aos realizadores. E aos produtores viabilizarem seus projetos.

2. Seu próximo projeto é filmar a biografia da política Marina Silva. O que te atraiu nesse projeto? Existe algum cuidado especial ao se tratar de uma figura política?

S.W.: O Que me atraiu foi poder contar a trajetória de uma mulher que admiro muito, li o biografia e me encantei com a sua história. Pretendo realizar um filme mais associado com a Marina e a sua luta pelo meio ambiente.

3. Você já abordou temas bastante delicados em seus filmes anteriores, como prostituição, drogas, pobreza, aids, entre outros. Você considera que o cinema, por sua proximidade com as pessoas, tem sua devida importância e responsabilidade em retratar e conscientizar o público sobre tais assuntos?

S.W.: Abordei estes temas porque me interesso pelas pessoas e suas vidas, os temas se tornam relevantes quando sinto necessidade de falar sobre  questões cruciais que dizem respeito a nossa sociedade.

4. Você adaptou para o cinema, ao lado do Walter Carvalho, o livro " Cazuza, Só as Mães São Felizes" da mãe do Cazuza, Lúcia Araújo. O filme, "Cazuza - O Tempo Não Pára" estrelado por Daniel de Oliveira , Marieta Severo e Reginaldo Faria estreou no ano de 2004 e se tornou um sucesso de bilheteria. Como foi para você realizar este longa, e qual o peso em adaptar para o cinema a vida do eterno poeta Cazuza?

S.W.: Este é um filme muito querido para mim, foi muito pensado, tive uma equipe maravilhosa que vestiu a camisa do filme, acho que o sucesso vem deste envolvimento, contei muito também com o apoio da Lucinha e do João Araújo, entrar no universo do Cazuza foi uma dádiva para todos nós.

 

Por Sandra Werneck

 

5. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger

Em 1970, o Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no País, seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus, italianos, entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.

Saiba mais sobre O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias.

 

4. Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho

Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas.

Saiba mais sobre Jogo de Cena.

 

3. Santiago (2007), de João Moreira Salles

Documentário que mistura fantasia e realidade para contar a história do mordomo Santiago Badariotti Merlo, que dedicou sua vida a servir a aristocracia, apesar de ser viajado, poliglota e dono de uma cultura extraordinária, mesmo vindo de origem humilde. As imagens foram rodadas em 1992, mas permaneceram intocadas por mais de 13 anos. Em 2005, o diretor voltou a elas.

Saiba mais sobre Santiago.

 

2. Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles

A história é fictícia, mas inspirada em fatos reais narrados por um jornalista que foi morador da Cidade de Deus, no livro de mesmo nome. Conta a história de um garoto chamado Buscapé desde sua infância, nos anos 60, até o final dos anos 70, dando uma idéia da criação das favelas, da origem do tráfico de drogas e de sua relação no dia a dia dos moradores.

Saiba mais sobre Cidade de Deus.

 

1. Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho

André (Selton Mello) é um filho desgarrado, que saiu de casa devido à severa lei paterna e o sufocamento da ternura materna. Pedro (Leonardo Medeiros), seu irmão mais velho, o traz de volta ao lar a pedido da mãe. André aceita retornar, mas irá irromper os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana.

Saiba mais sobre Lavoura Arcaica.

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Leia também nossas colunas anteriores:

Edição nº1 - Mariza Leão

Edição nº2 - Bigode

Edição nº3 - Especial Cilada.com

Edição nº4 - Rosane Svartman

Edição nº5 - Marcos Paulo

Edição nº6 - Leonor (Lolô) Souza Pinto

Edição nº7 - Cláudio Torres

Comentários (6)

Heitor Romero | quarta-feira, 14 de Setembro de 2011 - 21:23

Gostei do Top. Acho q o cinema nacional tem mto potencial de crescer ainda mais.

Yuri Ramos Ferreira | quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 - 14:41

Bem legal, mas eu não gosto de Lavoura Arcaica.

Victor Ramos | sábado, 17 de Setembro de 2011 - 13:05

Legal, mas só uma dúvida: ela é mãe ou algo do tipo da Talita (Tatá) Werneck?

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