Saltar para o conteúdo

Artigos

O Widescreen

Presente na maioria dos DVDs do mercado, as famosas tarjas pretas dividem os gostos de muita gente por aí. O fato é que muita gente não conhece o real ganho de imagem que temos com elas, acusando que ‘perdemos’ espaço na TV por não utilizarmos a parte superior e inferior da televisão quando elas estão presentes.

Só que um DVD que deixa de lado a versão Widescreen e adota a Fullscreen deixa de lado também a versão aprovada pelo diretor em sua sala de montagem. Isso porque o padrão de telas de cinema, e também o das TVs no exterior é widescreen! Ou seja, no cinema vemos exatamente as versões dos filmes em Wide, mas não notamos as tarjas pretas simplesmente porque as telas já têm o formato exato do que está sendo mostrado, então elas não existem. Em uma TV convencional nacional, as tarjas pretas fazem-se necessárias para completar o espaço da televisão que não está sendo ocupado pela imagem, mantendo assim o aspecto original de cada filme.

Em alguns casos, temos DVDs com dupla face onde é possível escolher a versão na qual procuramos assistir os filmes, como é o caso de Os Imperdoáveis, clássico de Clint Eastwood vencedor do Oscar de melhor filme em 1992. Quer testar a diferença? Veja uma parte do filme em Wide e logo depois em Full. Os cortes que são necessários para que caiba em Full tudo o que o Wide mantêm numa mesma tela são gritantes. Por exemplo, tomemos um diálogo entre dois personagens que estão na mesma tela em Wide, um em cada canto do quadro. Em Full não teríamos como enquadrar os dois ao mesmo tempo, fazendo-se necessário o recurso de um corte que o diretor não havia utilizado em sua versão final. Com isso, sem perceber, perdemos vários detalhes pré-concebidos em sua versão da imagem por simplesmente termos que adaptar para as TVs um modo que não havia sido pensado para o filme. A imagem abaixo, retirada do filme O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel dá um exemplo da diferença.

Pode parecer besteira, mas para quem realmente curte cinema isso faz uma diferença enorme. Casos de DVDs como Homem-Aranha e As Horas, famosos e indispensáveis para a biblioteca de títulos de colecionadores, onde somente a versão Full é adotada, são um desrespeito a esse tipo de consumidor. Claro que quem assiste filmes periodicamente, apenas por diversão, a versão Full é melhor, já que a imagem fica maior na TV, mas a versão Wide é a que realmente determina os filmes como eles foram projetados para ser. Alguns títulos tentam agradar a gregos e troianos, apresentando para a venda títulos em suas duas versões, como Matrix Reloaded.

Resumindo tudo, quando temos as tarjas pretas na tela, não estamos perdendo imagem em suas extremidades inferiores e superiores, e sim respeitando o projeto inicial da imagem sem ter que cortar nada para os lados. Só ganhamos, não perdemos. Questão de gosto? Sem dúvida, mas entender o porquê elas existem já é o primeiro passo para se apaixonar pelas listrinhas pretas que fazem tanta falta em alguns filmes.

Comentários (0)

Faça login para comentar.