Oscar 2012 - Apostas
O Oscar tem tudo para ser mais previsível do que nunca. Torço realmente para estar enganado, mas não parece ser o caso. A grande e incômoda verdade é que o ano foi fraquíssimo para o cinema norte-americano. Dos indicados ao prêmio principal, poucos realmente mereciam tal reconhecimento. Casos de Meia-Noite em Paris e A Árvore da Vida.
Tendo em vista a decepção com o presente, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood resolveu olhar para o passado, talvez como alerta da necessidade de resgatar a essência e a força do cinema mais puro. A lista de indicados a melhor filme traz justamente o apelo da retomada como forma de renovar o presente.
Saudosismo com o passado, por exemplo, é tema de Meia-Noite em Paris, O Artista e A Invenção de Hugo Cabret. Esses dois últimos remetem ao pontapé inicial da sétima arte. O recado reforçado por O Artista é o do poder das imagens como narrativa, assim como acontece no contemplativo A Árvore da Vida. A Academia procurou reviver o cinema clássico. Prova disso é a indicação do fraco Cavalo de Guerra e, claro, de O Artista.
Não é difícil entender, portanto, por que o longa de Michel Hazanavicius, mesmo não sendo o melhor, ganhará o Oscar mais cobiçado da noite - apesar de A Árvore da Vida merecer tal título. O cineasta francês também será considerado o melhor diretor. Nenhum outro parece ter real força para destroná-lo. Mas seria justo se Terrence Malick fosse anunciado em seu lugar. Novamente, os prêmios dos sindicatos dos produtores e diretores serão termômetros confiáveis para prever os vitoriosos.
No campo das atuações, pouca emoção. Atriz e ator coadjuvante podem reservar surpresas, mas, como de praxe, os preferidos do SAG devem levar o homenzinho dourado para as prateleiras de suas casas. Ator é de Jean Dujardin, somando aqui o terceiro Oscar garantido de O Artista.
Atriz a briga é boa. Meryl Streep, com 16 indicações ao prêmio, venceu pela última vez em 1983 por A Escolha de Sofia, sendo nomeada outras várias vezes sem sucesso. Neste ano, levou tudo por A Dama de Ferro, mas não o principal indicador, o prêmio do Sindicato dos Atores. Quem se saiu melhor foi a brilhante Viola Davis por Histórias Cruzadas. Na corrida voto a voto com Streep, Davis levará a melhor.
Colega de elenco em Histórias Cruzadas, Octavia Spencer pode ir escrevendo seu discurso desde já, pois ganhará sem sombra de dúvidas. Particularmente, gostaria de ver Bérénice Bejo, de O Artista, premiada. Os homens coadjuvantes assistirão a briga dos mais experientes Christopher Plummer, por Toda Forma de Amor, e Max von Sydow, por Tão Forte e Tão Perto. Este último cresceu muito na reta final, mas não deve vencer por sequer ter aparecido entre os indicados ao SAG.
Categorias que costumam surpreender são as de roteiro. O original ficará entre O Artista e Meia-Noite em Paris. O segundo deve levar. É bom demais para sair de mãos abanando e seria valorizar em excesso o primeiro, que deverá ganhar várias estatuetas. Entre as adaptações, briga boa. Tirando o ótimo Tudo pelo Poder, todos têm condições de levar. Vantagem pouco maior para Os Descendentes e O Homem que Mudou o Jogo. Deverá ser a única estatueta de um ou de outro. Leve favoritismo para o filme de Alexander Payne.
Pelo fim da saga, e com três indicações, Harry Potter não deve sair sem o primeiro, e único, Oscar da série. Acredito que em maquiagem ou efeitos visuais. Direção de arte tende a ser de A Invenção de Hugo Cabret, brilhante nos aspectos técnicos e com muita indicação para não ser lembrado. Apesar da linda trilha sonora do filme de Scorsese, neste caso realmente seria triste se O Artista, por toda a importância da música para a história, não fosse consagrado.
Animação é de Rango e filme estrangeiro do iraniano A Separação. Claro que isso pode não acontecer. Nunca duvide do poder da Academia de ser injusta. O polonês In Darkness seria a segunda opção. Mas não creio que seja melhor do que a produção de Asghar Farhadi.
O meu filme favorito do ano, A Árvore da Vida, pelo menos sairá com a estatueta de fotografia. Por fim, montagem deveria ir para o excepcional trabalho de Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres, mas é provável que fique com O Artista.
Dia 26 de fevereiro, domingo, descobriremos se o óbvio de fato prevaleceu ou se a Academia será capaz de surpreender – positivamente, espero.
Esse ano as premiações estão chatas demais. Ano que vem quem vai ser uma briga acirrada. Será que "The Hobbit" ou "Valente" vai ser bom o suficiente para ser indicado ao Oscar de melhor filme? Será que teremos atuações boas nesse filme "The Hobbit"? Será que "Gravity" será realmente uma revolução em termos de ficção-científica? Só resta esperar pra ver.
UHUUUUUUUUUUUUL ...CADE A PREVISIBILIDADE DESSE ANO EMÍLIO? MERYL É QUE MANDA!!!!
Meryl foi uma das coisas mais previsíveis desse Oscar. 🙄
Se a Williams ganhasse ai sim eu me surpreenderia e ficaria muito feliz, o resto só levei susto com Fotografia 😐