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Oscar 2018: Os esquecidos

Nessa fase de digerir os indicados recém-anunciados para a próxima edição do Oscar, o mais divertido não é nem comemorar as nomeações dos nossos preferidos, mas sim apontar as faltas mais gritantes da Academia. Nesse artigo, veremos oito filmes (e com certeza há muito mais) que poderiam ter disputado em várias categorias, mas não foram indicados em nenhuma delas. Confira: 


Z - A Cidade Perdida

James Gray talvez seja o melhor diretor americano em atividade, mas também é um dos nomes que a Academia mais ama esnobar ano após ano. Seu Z - A Cidade Perdida, um dos filmes mais poderosos do ano, poderia facilmente liderar em quantidade de indicações – desde filme, roteiro adaptado e direção até categorias técnicas como fotografia, desenho de produção, montagem e edição de som. 


O Estranho que Nós Amamos

Como esnobaram Coppola, mesmo após a diretora ter vencido Cannes no último ano, nunca poderemos entender, mas as premiações pré-Oscar já apontavam para esse resultado. O Estranho que Nós Amamos, sua releitura da mesma obra que deu origem ao filme homônimo de Don Siegel nos anos 1970, tinha potencial para entrar pelo menos nas categorias técnicas, como fotografia, figurino e desenho de produção. Seria sonhar demais, mas não seriam injustas nomeações em filme, direção, roteiro adaptado e atriz coadjuvante (para Kirsten Dunst). 


Detroit em Rebelião

Em um ano em que as mulheres em Hollywood tanto lutaram por igualdade e respeito, é até difícil entender como Detroit em Rebelião, dirigido pela única diretora a ter vencido anteriormente o Oscar de filme e direção, passar batido nessa edição. O tema do racismo, também muito em voga e de fácil apelo com os membros da Academia, era um plus. Baseado em um terrível acontecimento real, Detroit em Rebelião tinha méritos o suficiente para entrar nas categorias de melhor filme, direção, ator coadjuvante (para Will Poulter e/ou Algee Smith), montagem, edição e mixagem de som, além de emplacar em melhor canção original, pela bela It Ain’t Fair.  


Bom Comportamento

Os irmãos Benny e Josh Safdie finalmente foram colocados no mapa pela crítica com o excelente Bom Comportamento, que passou arrancando elogios mundo afora, mas perdeu o gás no caminho e acabou esnobado, quando poderia ter emplacado em filme, ator coadjuvante (Benny Safdie), montagem, trilha sonora, edição e mixagem de som e fotografia. Mas maior falta com certeza foi a esnobada que Robert Pattinson levou na categoria de ator. 


Fragmentado

Embora não faça o perfil da Academia e M. Night Shyamalan já seja um nome quase amaldiçoado entre parte da crítica americana, o mundo seria muito mais justo e bonito com James McAvoy sendo indicado na categoria de melhor ator por sua incrível performance de 23 personagens em um. Montagem também seria uma categoria apropriada para uma nomeação. Em um ano em que Corra!, também atípico para os padrões do Oscar, chegou tão longe, porque não Fragmentado


Lucky

Talvez o maior dos crimes cometidos esse ano pela Academia seja o esquecimento total de Lucky. O mais chocante é que sequer as pessoas sentiram falta ou cobraram por essa injustiça. Harry Dean Stanton, um dos maiores atores de todos os tempos, teve sua chance de ser indicado pela primeira vez em quase 60 anos de carreira, mas novamente foi esquecido. Lucky ainda valia indicações certeiras em filme, trilha sonora, direção e roteiro original. O jeito é esperar que o tempo faça justiça a esse grande filme, porque no caso de Harry Dean não é a falta de uma estatueta que vai arranhar seu verniz de gênio. 


Columbus

Em um ano que favoreceu tanto diretores nunca antes indicados, não seria má ideia aproveitar o embalo e reconhecer a direção do estreante Kogonada e seu belíssimo Columbus, um filme que coloca no chão muito filme de diretores mais experientes que figuram entre os indicados. Não bastasse a direção inspirada, o filme ainda poderia se destacar pelo roteiro original, montagem, fotografia, edição de som e atriz (Haley Lu Richardson). Felizmente, Columbus teve boa recepção da crítica e talvez seja o primeiro degrau para futuros filmes interessantes de Kogonada. 


Roda Gigante

Mesmo com campanha forte da Amazon, Roda Gigante acabou boicotado após as denúncias recentes de assédio sexual em Hollywood respingarem no passado polêmico do diretor Woody Allen. Justo ou não, se trata da sua melhor direção em anos e da melhor performance de Kate Winslet em muito tempo. A fotografia de Vittorio Storaro merecia não só a indicação, como também o prêmio em si, tamanha a importância e peso dramático que ela confere ao texto de Allen e ao desempenho de Winslet. 

E você, sentiu falta de mais algum título? Compartilhe conosco! 

Comentários (9)

Ted Rafael Araujo Nogueira | quinta-feira, 25 de Janeiro de 2018 - 20:47

John wick 2. Querer ele nos prêmios principais é pedir demais, mas porque não nas categorias técnicas? Mas não é filme de frescura. E o lance da academia é a frescura.

●•● Yves Lacoste ●•● | quinta-feira, 25 de Janeiro de 2018 - 23:42

"Detroit em Rebelião" é o único esquecido que concordo daí, pelos parâmetros de escolha do Oscar!

Vinícius Aranha | sexta-feira, 26 de Janeiro de 2018 - 18:29

Listona, tirando Roda Gigante que eu simplesmente não me desceu de jeito nenhum. Detroit me decepcionou bastante, mas dentro do gênero "bora copiar United 93" é bem decente anyway.

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