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Top 100 American Film Institute - parte 2/4

No final do século XX, para comemorar os 100 anos da existência de cinema, o American Film Institute (AFI) criou a lista "100 Anos 100 Filmes", feita a partir de centenas de títulos, por inúmeros profissionais da área. Trata-se de uma relação dos 100 melhores filmes norte-americanos de todo esse período (ou seja, esqueça filmes "estrangeiros"). Para mais informações, visite o site do American Film Institute.

Esta é a segunda de quatro partes do especial “Top 100 American Film Institute”. Cada parte contém 25 filmes comentados, começando pelo 100º. até o 1º.

Para ver a lista completa, clique aqui. Para ver as fichas individuais, clique no título de cada filme.

Para ver a parte 1/4, clique aqui.

75º. Dança com Lobos (Dances with Wolves, 1990). Direção de Kevin Costner.

Na época da Guerra Civil norte-americana um soldado é isolado do mundo civilizado, indo trabalhar em meio a uma terra ocupada por índios nada amistosos. Um filme de coragem, ousadia, emoção. Esta é a obra-prima de Kevin Costner, que ele mesmo dirigiu e interpretou. Com maestria, diga-se de passagem. Um filme que não pode deixar de ser visto.

74º. Em Busca do Ouro (The Gold Rush, 1925). Direção de Charles Chaplin.

E mais um filme de Chaplin figura na lista. Este filme possui uma de suas cenas mais antológicas: à mesa, o Vagabundo brinca com a comida, fazendo dela um show de sapateado. É mais um trabalho que mistura perfeitamente humor e drama como apenas Chaplin e alguns poucos outros diretores já fizeram na história do cinema.

73º. O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights, 1939). Direção de William Wyler.

Uma espécie de E o Vento Levou... sem o clima épico. É um romance simplório e clichê, mas que fez muito sucesso e já recebeu algumas refilmagens. A história é medíocre e incrivelmente previsível – o filme não possui grandes qualidades senão seu estilo narrativo interessante. Os críticos, de forma geral, porém, amam esse trabalho de Wyler.

72º. Ben-Hur (Ben-Hur, 1959). Direção de William Wyler.

Mais um de William Wyler na lista. Esta é a obra-prima máxima do gênero épico já lançada no cinema e deveria constar na lista em uma posição muito superior. É uma refilmagem de um trabalho da década de 1920 (mudo) que revolucionou com efeitos especiais. Sua narrativa é perfeita, mostrando todas as etapas da saga de Judah Ben-Hur, desde que seu antigo melhor amigo o fez escravo até sua libertação. Vencedor de 11 Oscar.

71º. Forrest Gump – O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994). Direção de Robert Zemeckis.

A saga de um retardado mental. Ou a história moderna dos Estados Unidos contada através de um retardado mental. Essas são definições medíocres para o filme, eu sei, mas não deixam de ser válidas. Ainda assim, o filme é maravilhoso e emocionante. Possui Tom Hanks em uma de suas grandes interpretações. Merece o lugar que tem na lista, com certeza.

70º. Operação França (The French Connection, 1971). Direção de William Friedkin.

Possivelmente o melhor filme que o gênero policial já viu. Além disso, é dono de uma das perseguições automobilísticas (no caso, entre um carro e um metrô) mais audaciosas de todos os tempos. Mostra uma Nova York suja, muita corrupção, morte, drogas. Enfim, um filme a frente de seu tempo, que hoje é mais atual do que nunca.

69º. Os Brutos Também Amam (Shane, 1953). Direção de George Stevens.

Shane parece ser o típico mocinho de faroestes. É um pouco mais misterioso que a maioria, na realidade, o que o torna mais humano (não é o herói invencível comumente encontrado no gênero). Prefere não se exibir, apenas quando os valentões realmente o obrigam a isso. O filme tem uma fotografia linda e um clima estonteante.

68º. Sinfonia de Paris (An American in Paris, 1951). Direção de Vincente Minelli.

Embora ache Vincente Minelli bastante supervalorizado, ele é facilmente reconhecido como um dos grandes diretores de musicais que Hollywood já possuiu. Sinfonia de Paris é provavelmente seu melhor filme (ganhou seis Oscar, entre eles, o de Melhor Filme). Um certo exagero figurar na lista, de muito bom possui apenas um Gene Kelly, como sempre, de alto astral e dando show.

67º. Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate, 1962). Direção de John Frankenheimer.

Se Operação França é possivelmente o melhor policial já visto, este é certamente o melhor thriller político já inventado. Um roteiro esperto, que vai criando um clima de tensão crescente a cada minuto – um suspense de tirar o fôlego até o tiro final. Não é perfeito porque, justamente perto de seu fim, resolve adentrar em clichês que tiram o prazer da obra-prima que era até então. Ainda assim, merecedor demais da posição na lista.

66º. Rede de Intrigas (Network, 1976). Direção de Sidney Lumet.

Do mestre Sidney Lumet (12 Homens e Uma Sentença), esta é outra obra-prima sobre os bastidores da televisão e sobre como ela pode influenciar na histeria em massa da população. Uma interpretação incrível de Peter Finch no campo da atuação (lhe rendeu o Oscar). Uma mensagem importante e sempre atual sobre o ópio que é a televisão no campo histórico. Um filme obrigatório!

65º. O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991). Direção de Jonathan Demme.

Um suspense policial que marcou pelo seu vilão inesquecível, Hannibal Lecter (ainda que ele tenha aparecido anos antes em Dragão Vermelho, foi Anthony Hopkins que o fez inesquecível) e por uma trama incrivelmente bem elaborada – ainda que nada espetacular. Motivou o gênero, e muitos já tentaram copiá-lo, a maioria sem conseguir os mesmos resultados.

64º. Contatos Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters of the Third King, 1977). Direção de Steven Spielberg.

Após o sucesso assombroso de Tubarão, Spielberg lançou seu “filme de ETs”, em uma época que o tema estava mais vivo do que nunca (o ano foi o mesmo de Star Wars). É um filme que vai construindo uma tensão crescente (assim como o próprio Tubarão), para terminar num ato surpreendente e misterioso. A direção é primorosa – um de seus filmes melhores dirigidos, e um grande campeão das bilheterias. Vale a posição na lista.

63º. No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939). Direção de John Ford.

Este pode levar sem problemas a definição de faroeste clássico! A cena de entrada de John Wayne no filme é memorável (o close que é realizado sobre ele ficou perfeito). A história em si também é muito divertida e interessante – uma diligência precisa atravessar um território cheio de perigosos índios. Seus personagens são fortes e a direção de Ford é sempre de alto nível.

62º. Tootsie (Tootsie, 1982). Direção de Sydney Pollack.

Ator desesperado em busca de emprego se veste de mulher para conseguir algo no mercado. O filme é um drama-cômico interessante – mas não mais do que isso. Ainda assim o filme foi um grande sucesso de bilheteria e possui milhares de fãs que o defenderão sempre. Um exagero sua participação na lista, mas não deixo de recomendar como um passatempo rápido.

61º. Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958). Direção de Alfred Hitchcock.

Alfred Hitchcock dirige uma das tramas mais elaboradas que o cinema já viu. Com reviravoltas inesquecíveis e um clima de mistério que faz do filme possuidor de um charme único. Seu clímax é realmente de tirar o fôlego. Poderia até mesmo estar em uma posição superior na lista – um clássico que não pode ser perdido por ninguém!

60º. Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981). Direção de Steven Spielberg.

Dois mestres do entretenimento de massa, Steven Spielberg e George Lucas, trouxeram ao mundo uma obra-prima do cinema pipoca: o primeiro Indiana Jones. Até hoje um dos heróis mais carismáticos que já foram revelados pelo cinema americano. Esta é uma aventura divertidíssima que abriu uma trilogia de ótimos filmes e grandes bilheterias. Venceu cinco Oscar técnicos e consolidou Harrison Ford como um ator imortal.

59º. Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955). Direção de Nicholas Ray.

James Dean no auge da carreira em um filme que analisa a juventude norte-americana. Pode parecer um simples filme de adolescentes, mas é algo um pouco (vale lembrar: um pouco e não passa disso) mais profundo, sabendo mostrar bem as conseqüências das inconseqüências dos jovens. O filme tem um final bem forte, e é até hoje referência no gênero. Não creio que o lugar na lista seja tão merecido, mas ainda assim é um filme a ser indicado.

58º. Fantasia (Fantasia, 1940). Direção de James Algar,  Sanyek Armstrong, Ford Bebee, Norman Ferguson, Jim Handley, T. Hee, Wilfred Jackson, Hamilton Luske, Bill Roberts e Paul Satterfield.

Os longas de animação ainda eram frescos em 1940, e a Disney já lançada uma obra audaciosa sobre música clássica, com uma animação primorosa (característica sempre presente em seus filmes do gênero). O filme é dividido em vários atos, com destaque para o inesquecível “The Sorcerer’s Apprentice”, com Mickey. Filme raro de ser encontrado no Brasil, mas se for possível, a recomendação é óbvia.

57º. O Terceiro Homem (The Third Man, 1949). Direção de Carol Reed.

Um dos grandes clássicos do cinema noir, contando com ninguém menos que Orson Welles no papel principal. Um exemplo perfeito de direção primorosa e interpretação. Um roteiro que coloca várias questões na cabeça do espectador, fazendo-o ficar grudado onde quer que esteja assistindo ao filme.

56º. M.A.S.H. (M.A.S.H., 1970). Direção de Robert Altman.

Reconhecido por ser o melhor filme de Robert Altman (até ganhou uma série de televisão muito popular depois), M.A.S.H. é uma agradável sátira à guerra, através de dois cirurgiões trabalhando na Coréia e fazendo do horror e sangue algo cômico e irônico. Um trabalho interessante, embora exagerada seja a sua posição na lista.

55º. A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965). Direção de Robert Wise.

Possivelmente o musical com as mais belas canções originais que Hollywood já compôs. Existem inúmeras seqüências fabulosas, desde a primeira grande tomada sobre os Alpes ao som de “The Sound of Music” até cantigas infantis. É um filme que mistura a inocência do primeiro amor com o periso da Segunda Guerra. Triunfante! Magistral! Obra-prima!

54º. Sem Novidade no Front (All Quiet on the Western Front, 1930). Direção de Lewis Milestone.

Um fabuloso filme sobre a Primeira Guerra Mundial, de nível épico, e lançado apenas três anos após o início da Era do cinema falado. Um filme com personagens profundos e emocionantes, que mostra os terrores da guerra e a perda da inocência para um grupo de estudantes alemães. Contando com seqüências de batalha tensas e muito bem dirigidas e mesclando-as com um drama forte e ao mesmo tempo sensível, este é um dos grandes filmes de guerra já lançados no cinema.

53º. Amadeus (Amadeus, 1984). Direção de Milos Forman.

Outra cinematografia fantástica marca merecidamente a lista. Só as cenas que mostram a força das composições de Mozart já valeriam a posição. Isso, misturado a uma direção muito boa e principalmente a uma atuação fenomenal de Tom Hulce como Mozart, fazem deste vencedor do Oscar um dos melhores filmes de todos os tempos.

52º. A um Passo da Eternidade (From Here to Eternity, 1953). Direção de Fred Zinnemann.

Um bom romance que se passa na época da Segunda Guerra. E só! Há uma seqüência de batalha, perto do final do filme, muito interessante e bem dirigida, mas nada mais! O filme é famoso principalmente pela cena em que Burt Lancaster e Karen Holmes rolam no chão abraçados, na beira da praia, mas não justifica sua posição na lista dos melhores filmes já lançados.

51º. Núpcias de Escândalo (The Philadelphia Story, 1940). Direção de George Cuckor.

Esta é uma das inúmeras comédias românticas vindas do teatro, realizadas em marcha acelerada (muito papo em pouco tempo, boca solta principalmente das atrizes – vide Jejum de Amor), que hoje são superestimadas. É um filme divertido, que marcou a carreira de Katharine Hepburn como estrela, mas ainda assim não passa de um trabalho simples e dispensável.

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