O INCONFUNDÍVEL ESTILO ÚNICO E EXAGERADO DE ROBERT RODRÍGUEZ CHEGA AO LIMITE DA DIVERSÃO
Após o pequeno sucesso de seu filme de estréia, El Mariachi (Idem, 1992) Robert Rodríguez laçou a seqüência da saga do "maior mexicano já visto", em uma aventura muito mais exagerada, divertida, estilosa e recheada de ação, personagens interessantes e cenas para aplaudir de pé. A Balada Do Pistoleiro (Desperado, 1995) traz de volta o pistoleiro violonista, agora vivido por Antônio Banderas (recém chegado à Hollywood), na busca por vingança ao mega traficante Bucho (Joaquim De Almeida), por ter matado a mulher que amava. Com a ajuda de seu melhor amigo Buscemi (Steve Buscemi, ótimo como sempre!!!) e de Carolina (Salma Hayek, um espetáculo!!!), El Mariachi passa de cidade em cidade procurando por seu alvo, enquanto Bucho põe seus homens numa caçada às cegas a um homem que parece não passar de um mito.
A quantidade de cenas estilosas e divertidas é quase incontável! A cena inicial em que Buscemi conta uma história de El Mariachi em um tiroteio num bar em Saragosa, à procura de Bucho. O primeiro encontro com Carolina nas ruas em câmera lenta. O tiroteio no bar. A cena do personagem de Quentin Tarantino contando uma piada tosca ao barman vivido por Cheech Marín (da dupla humorística Cheech e Chong). O assassino arremessador de facas interpretado por Danny Trejo. El Mariachi andando encostado na parede deixando um rastro de sangue. O trio de mariachis tocando "Morena Del My Corazón". E o que dizer da tiroteio envolvendo os amigos do protagonista, Campa e Quino? Sensacional!!!! Tudo sempre ao som de canções belíssimas, como se o filme fosse uma combinação de vários vídeo-clipes unidos por uma estória mirabolante e divertida.
Aqui podemos notar uma forte influência de Quentin Tarantino e seu cinema na obra de Robert Rodríguez. Os diálogos afiados e inteligentes, mesmo que por vezes não tenha muito à ver com a estória, estão muito bem colocados. Os personagens, muitas vezes sem nome e com pouco tempo na tela, são sempre interessantes. Buscemi, o barman, o personagem de Tarantino, o assassino de Trejo, Campa (interpretado por Carlos Gallardo, que fez El Mariachi no primeiro filme) e Quino são marcantes em cena.
A caracterização do personagem principal é ótima, quase como um Zorro num faroeste moderno. Mas nada se compara ao incrivelmente mau-encarado e carismático Danny Trejo, sempre com aquela cara de vilão e seu bigode inconfundível. Aliás, A Balada do Pistoleiro é um espetáculo visual de primeira qualidade. Basta ver como Rodríguez filma Salma Hayek.
Fica difícil avaliar a parte técnica de um filme propositalmente exagerado e tosco (alguém lembrou de Machete??). Apenas duas coisas saltam aos olhos: a direção impecável de Robert Rodríguez que consegue dar sua cara e seu estilo em cada segundo de sua(s) obra(s) e que os atores parecem divertirem-se em cena como nunca em suas carreiras.
Com muita coragem e confiança em seu taco, Rodríguez deixou um recado com sua trilogia do México (principalmente com esta segunda parte, a melhor da trilogia) e seu personagem icônico: o cinema autoral está mais vivo do que nunca, e é bom sair da frente!!!
Filmaço!!!
A cena do Tarantino é escrota até dizer basta.
Nem sei se a cena do Taranta tem nexo dentro da trama, mas que eu me mijo de tanto rir toda vez que eu vejo, eu me mijo...