Depois da era de serial killers implacáveis, na melhor linha Sexta Feira 13 e Pânico, o cinema tem tido muito sucesso com serial killers temáticos, apostando em enredos mais ousados e “inteligentes”. Nessa nova era de terror, em que a franquia Jogos Mortais tem feito muito sucesso, a Casa de Cera se destaca por apostar em um enredo original recheado de clichês.
Apostando num enredo original, A Casa de Cera conta a história de um grupo de adolescentes, que estão a caminho em um jogo de futebol. No meio da viagem resolvem acampar, mas tendo com o carro danificado, acabam ficando a mercê de um psicopata, que transforma todas as suas vítimas em estátuas de cera.
Mais simples e direto do que isso impossível, e em momento algum o roteiro se torna digno de nota. Todos os elementos clássicos, de um filme de terror adolescente estão presentes: um grupo de jovens sarados e sedentos por sexo, acampados no meio de uma floresta à noite, a presença de um carro misterioso, tudo isso somado a excessivos clichês que são tão evidentes e forçados que por acabam abusando da boa vontade do espectador. Jovens que continuam dormindo tranquilamente depois de serem sondados por um estranho, carona facilmente aceita oferecida por um típico perfil de psicopata, casas isoladas invadidas sem nenhum cuidado durante a noite, atitudes no mínimo suicidas no mundo real, são ações normais dos protagonistas.
O elenco desempenha bem o papel de reses de abate, não mais do que isso – também o que esperar de um elenco que conta com nada mais nada menos que Paris Hilton – e qualquer tentativa de interpretação, é rapidamente finalizada por um assassinato prévio – ufa!
Mas se roteiro e elenco se juntam para fazer de Casa de Cera um filme comum e apático, em contraparte o enredo original e a arte visual contribuem para valorizar o filme. A grande cartada de todo filme de terror são os sustos – coisa rara - ou a violência explícita, e é nesse aspecto que a Casa de Cera funciona e acerta em cheio. Um sadismo splater e ousado, contribui para cenas que vão fazer o espectador torcer o pescoço em alguns momentos, aliados a isso toda a fotografia do filme, recria sinistramente uma típico museu de cera – tem coisa mais sinistra que um museu de cera – situado numa cidade, onde todos estão mortos, e os cadáveres são transformados em estátuas de cera. Um dos pontos altos do filme, é o processo de transformação, que não conta necessariamente com uma vítima já falecida.
O desfecho do filme não consegue fugir do vicio de todo filme de terror, em deixar ganchos, mas pelo menos não termina com a trama em aberto.
A Casa de Cera não é o melhor representante do gênero, mas numa maré tão saturada, o filme se destaca pela originalidade e crueldade – hollywoodiana – vale a pena conferir!
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