Em meio a tantas produções poderosas da Disney/Pixar e Dreamworks, é sempre gratificante que surja um longa de animação que consiga sobressair-se a essa bipolaridade dos desenhos. E A Casa Monstro é um destes exemplos.
Ninguém se arrisca a chegar perto da casa do velho Epaminondas (Nebbercracker no original). Bastou pisar no gramado da casa que o velho sai à rua e bota qualquer criança para correr. Certo dia, o vizinho da frente, o garoto D.J., e seu amigo, Chowder (Bocão na versão nacional) acabam presenciando a morte de Epaminondas na frente da casa, depois que o velho reclamou da bola de basquete que Bocão, que foi parar no gramado. Após isso, D.J. tem que lidar não só com a sua intragável babá, Zee, como também com a casa de Epaminondas, que parece assombrada. E eis que a casa mostra-se um monstro bem bravo e disposto a engolir quem pisar em seu gramado. Para tentar acabar com a casa, D.J. junta-se com Bocão e Jenny, uma garota que eles acabam salvando de ser comida pela residência.
A história é bastante original e se suporta com o brilhante roteiro de Dan Harmon, Rob Schrab e Pamela Pettler, que cria uma casa impressionante em todos os seus detalhes. Além disso, o roteiro dá espaço para piadas simplesmente memoráveis, algumas que fazem doer a barriga de tanto rir. No último terço de filme, a história toma rumos surpreendentes (mas não rumos imprevisíveis) e que mudam completamente a trama, com consequências fantásticas.
Todos os personagens são bons. D.J. faz a linha garoto aventureiro, já explorada em tantos filmes. Bocão é o garoto mais atrapalhado, que sempre arranja um jeito de causar encrencas. Jenny é a garota nerd que acaba se rendendo à aventura e fica com o herói no final. Zee é a adolescente encrenqueira, que aceita o trabalho de babá só para seu deleite. Até mesmo os policiais que surgem no meio do caminho satirizam os tipos tradicionais do humor americano, incluindo um policial novato muito atrapalhado.
Os efeitos especiais são fabulosos, utilizando mais uma vez o motion capture, que Robert Zemeckis (aqui produtor) fez uso em O Expresso Polar. A composição dos personagens é caprichada, assim como os cenários, em um trabalho de direção de arte excelente. Mas o melhor é a casa: suas formas, os movimentos e o seu interior são perfeitos e adotam um jeito de monstro completamente perfeito.
A direção de Gil Kenan é um pouco insegura, mas ele leva a história até o final com força e sem perder o tom, garantindo um ótimo filme para todo o público. Para o espectador nacional, aproveite a boa dublagem brasileira, mas também veja a versão legendada e confira as vozes de gente do quilate de Steve Buscemi, Maggie Gyllenhaal e Kathleen Turner.
A Casa Monstro é diversão certa com garantia de muitas risadas e de uma sensação de uma hora e meia bem aproveitada.
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