(The Lady Vanishes, ING, 1938).
Direção: Alfred Hitchcock. Elenco: Margaret Lockwood, Michael Redgrave, Paul Lukas, May Whitty, Cecil Parker, Linden Travers, Naunton Wayne, Basil Radford, Mary Clare, Emile Boreo, Googie Withers, Sally Stewart.
Durante uma viagem de trem da Suíça à Inglaterra, os passageiros vêem obrigados a pernoitar em uma pequena estalagem, devido a uma nevasca. Entre os passageiros está uma moça rica indo a Londres, onde se casará com um homem que não ama. Lá, ela conhece uma velhinha governanta, e ambas combinam de se encontrar no dia seguinte, no trem. Porém, logo após o reinício da viagem, a velha senhora desaparece dentro do trem em movimento, e ninguém – cada um com seu motivo – afirma tê-la visto. A jovem resolver investigar, e consegue convencer um músico, com quem se desentendera na noite anterior, a ajudá-la a solucionar esse mistério. Acabam sabendo que, por meio de uma seqüência de notas musicais, uma mensagem em código precisa chegar à Inglaterra.
Esta é uma deliciosa mistura de comédia e suspense. Um dos clássicos da fase inglesa de Alfred Hitchcock. O roteiro foi escrito por Sidney Gilliat e Frank Launder, baseado em livro de Ethel Lina White, Enredo parecido foi visto muitos anos depois no filme “Plano de Vôo” (2005), onde quem desaparece é a filha pequena da protagonista vivida por Jodie Foster, durante uma viagem de avião. Essa foi a primeira vez em que o diretor fez uso de um só cenário, em quase todo o filme, o que ele voltaria a utilizar em “Lifeboat” (1943) e “Rope” (1948). Aqui, com uma direção sempre segura, ele consegue utilizar, com ótimo resultado, o restrito espaço de um trem, sem deixar que o filme se torne monótono, e ainda contribuir para criar o suspense, sem faltar o usual humor do diretor. Os efeitos visuais são ótimos e realistas, com destaque para a utilização de back-projections (quando o fundo real é substituído por outro), com destaque para a cena em que um trem realmente parece ter passado ao lado daquele em que o personagem de Michael Redgrave está pendurado do lado de fora da janela. Por esse trabalho, Hitchcock recebeu o prêmio de Melhor Diretor pelos Críticos de Nova York. A habitual aparição do diretor em seus filmes ocorre, aqui, quase no final, na estação de trens de Londres: ele passa diante da câmera, vestindo terno escuro, com uma pequena bagagem na mão esquerda; o chapéu, na direita, e o cigarro na boca. Curiosidade: O ator Michael Redgrave, que faz o músico bem humorado, é pai da atriz Vanessa Redgrave, que pode ser vista em “Assassinato no expresso Oriente” (1974) e em “Impacto Profundo” (1998).
A edição nacional em DVD, pela Continental, traz o filme na versão fullscreen (original da época), com áudio Dolby Digital em inglês. Inclui biografias, filmografias, “Onde Está Hitchcock” (jogo de perguntas e respostas sobre as aparições do diretor em seus filmes), “Período Inglês de Hitchcock” e “O Cinema Sobre os Trilhos” (tudo em texto apenas). 94 minutos.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário