Realizado no auge do gênero, A Morte Anda a Cavalo (Death Rides a Horse, 1967) conta com elementos que futuramente viriam a se desgastar no western spaghetti como, busca por vingança, luta por poder e a violência. Mas como já disse anteriormente o gênero ainda estava no auge, havia pouco tempo que Leone reinventou o gênero, e A Morte Anda a Cavalo entrou na lista de clássicos do western spaguetti.
O roteiro é simples, um garoto vê toda a sua familía ser morta por um grupo de bandidos. Após 15 anos sua sede de vingança o faz buscar justiça e matar a todos os responsáveis pela chacina. Seu destino é cruzado por um homem que também quer se vingar do grupo por outros motivos, um recém-saido da prisão chamado Ryan (Lee Van Cleef). Os dois formam uma dupla para caçar o bando e vingar-se.
Provavelmente você já viu vários filmes com roteiro semelhante a este em westerns spaguetti. Então o que torna este com status de clássico? A própria história e o modo como é construida e conduzida em torno da vingança por Giulio Petroni. O roteiro, que aparentemente seria previsível, realiza uma inteligente sacada, adicionando um personagem ao filme com as mesmas motivações do personagem principal, o já citado Ryan. Ora, afinal quem vai vingar-se, e a que ponto ambos estão dispostos a chegar para concluir seus objetivos? São aspectos encontrados que intrigam o espectador. Mas o roteiro por si só não faz de um filme um clássico de um gênero. Petroni vai cativando o público aos poucos, realizando boas filmagens, boas sequencias e desenvolvendo a história sempre focando no objetivo de seus personagens, e em nenhum momento o torna cansativo ou repetitivo. Petroni dirigiu poucos filmes, a falta de apoio e preconceito com os spaghuettis impediram que um bom diretor como este, do qual percebe-se um talento natural com o gênero, de realizar mas bons fillmes.
Todo bom western italiano, tem-se uma boa trilha sonora. A Morte Anda a Cavalo conta com uma excelente trilha sonora composta por ninguém menos do que o lendário Ennio Morricone, fiel cooperador de Leone em todos os seus filmes. O compositor tem um impressionante talento para compôr trilhas que tem uma indêntidade natural com o spaghetti, aqui não é diferente, mais uma vez o compositor dá um show a parte.
O filme, assim como os de Leone, Corbucci e Peckinpah, serviu para diretores desta geração como Robert Rodriguez e Quentin Tarantino. Percebe-se facilmente os traços de semelhança com Kill Bill (Idem, 2003-2004), o modo obsessivo como a vingança é tratada pelo protagonista, de forma recorrente e incisiva do mesmo modo como acontece em A Morte Anda a Cavalo, diferenciando este de outros exemplares do spaghetti.
O filme ainda conta em seu elenco com um dos mais famosos astros do faroeste italiano, Lee Van Cleef. Sempre com seu habitual cachimbo e seu olhar penetrante e frio, Cleef é naturalmente um pistoleiro frio. Tendo aspectos que o caracterizam como um pistoleiro sádico, o simples fato de tê-lo em seu elenco já lhe garante ótimas cenas.
Para finalizar o filme é excelente, realmente, apesar de ser considerado um clássico do gênero, não esperava um filme tão bom. E, mesmo após ter assistido mais de 250 filmes do gênero e ver a possibilidade de ter algo novo, mesmo que o roteiro seja envelhecido, me impulsiona a buscar ainda mais. O status de clássico se justifica facilmente.
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