Demora uma meia hora pra engrenar e usar o que de melhor a proposta de reencenação constante de um mesmo acontecimento têm a oferecer, que é justamente brincar com as múltiplas possibilidades de avacalhar tudo se for necessário e começar de novo - daí a melhor cena do filme marcar esse ponto onde tudo deslancha finalmente ser aquela montagem enérgica ao som de Demi Lovato.
Gosto também de como a protagonista vai ficando mais e mais ativa em sua própria trama até o ápice de se armar e reverter os papéis de caça e caçador.
Porém, falta algo ao filme que nem a carismática (e linda) Jessica Rothe consegue compensar. Um rival mais a sua altura resolveria, já que enquanto usa aquela máscara meio ridícula e se apresenta como um sub-Michael Meyers o vilão já parece pouco ameaçador (e se lembrarmos que Rothe apesar de se tornar fisicamente mais fraca, fica 1) psicologicamente mais forte a medida que o filme avança e 2) possui ainda algumas "vidas" para queimar e 3) só aumenta a dificuldade de ser morta, esse senso de ameaça se torna ainda menor), o que a tendência de Christopher Landon de usar planos inclinados tentando provocar uma sensação de desorientação não contorna.
O grande acerto passa, então, a ser o fato de não se levar a sério e até mesmo zoar ao fim a estrutura similar ao clássico noventista Feitiço do Tempo e permitir que nos seus melhores momentos a gente se divirta sem culpa.
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