Night of the Demon, ING, 1957. Diretor: Jacques Tourneur. Elenco: Dana Andrews (John Holden), Peggy Cummins (Joanna Harrington), Niall MacGinnis (Dr. Julian Karswell), Maurice Denham (Henry Harrington), Athene Seyler (Mrs. Karswell), Liam Redmond (Mark), Reginald Beckwith (Sr. Meek), Ewan Roberts (Lloyd Williamson).
O Dr. John Holden, um famoso psicólogo norte-americano, especializado em parapsicologia, viaja até a Inglaterra para investigar as atividades de uma seita satânica chefiada pelo adorador do demônio, chamado Dr. Julian Karswell. Contando com a ajuda da sobrinha do Professor Henry Harrington, morto, vítima de magia negra, John começa a sentir na pele, apesar se seu ceticismo, os efeitos de eventos sobrenaturais inexplicáveis.
Baseado no livro “Casting the Runes”, de Montague R. James, cujos direitos foram adquiridos pelo roteirista Charles Bennett, o filme é um suspense e terror muito bem realizado pelo diretor Jacques Tourneur, o mesmo de “A Marca da Pantera” (1942) e “A Morta-Viva” (1943). Charles Bennett escreveu também os roteiros dos filmes de Ficção-científica “O Mundo Perdido” (1960) e “Viagem ao Fundo do Mar” (1961), e também dos clássicos do suspense “Correspondente Estrangeiro” (1941) e “O Homem que Sabia Demais” (1956), dirigidos por Alfred Hitchcock.
Por imposição do produtor executivo Hal E. Chester, a presença do demônio é explícita em duas cenas. O primeiro aparecimento da criatura ocorre logo no início do filme, o que devido aos precários efeitos especiais, limitados pela tecnologia disponível na época, de certa forma decepciona e quebra o impacto, estragando grande parte do clímax do filme. Se sua presença fosse apenas sugerida, do início ao fim, deixando que ele aparecesse apenas nas últimas cenas, favoreceria o suspense, assim como Steven Spielberg fez com o seu “Tubarão” (1975).
O diretor Jacques Tourneur teve sérios desentendimentos com o produtor, que pretendia “chocar” a plateia, exibindo, explicitamente, logo no início do filme, aquela criatura malfeita, com asas, chifre e cara de lobo, e, prevendo que isso poderia, pelo contrário, surtir um efeito cômico, recusou-se a participar de tais cenas, que foram adicionadas apenas na edição final.
Se o monstro tivesse sido confeccionado pelo especialista Ray Harryhausen, o mestre do stop-motion, que fez as criaturas para o filme “King-Kong” (1933), teria sido diferente, mas, apesar de requisitado pela Columbia Pictures, não pode aceitar pois já estava contratado para criar os efeitos especiais de “A 20 Milhões de Milhas da Terra” (1957).
Porém, na realidade, o que “vendeu” melhor o filme foi, exatamente a imagem do demônio, estampada em pôsteres e cartazes que foram vistos no mundo inteiro.
Em contrapartida, o filme trem cenas de terror muito bem orquestradas, como aquela em que, em uma sala escura, um gato se transforma em um leopardo e ataca o protagonista. E, além disso, o filme é muito bom. A trama prende a atenção do princípio ao fim. A atuação de todo o elenco é ótima, e a direção do experiente francês Jacques Tourneur é sempre irrepreensível.
O ator Dana Andrews (1/1/1909-17/12/1992), com sua fisionomia que mistura Sean Connery com Steve Martin, é um bom ator, e agrada vê-lo atuando. Ele foi protagonista também, no suspense "Laura" (1944), e no policial noir “Passos na Noite” (1950), ambos dirigidos por Otto Preminger. A atriz Peggy Cummins teve seu melhor desempenho no filme policial “Mortalmente Perigosa” (1949), de Joseph H. Lewis.
A edição nacional em DVD, pela Versátil Home Vídeo, traz o filme como integrante da coleção "Obras Primas do Terror", com imagem em preto-e-branco, no formato widescreen, e áudio original em inglês. Inclui, no mesmo disco, o filme “Aldeia dos Amaldiçoados” (1960), e trailer.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário