Este poderia facilmente ser considerado a Obra-Prima de Ed Wood, mas ainda está longe disso.
Dessa vez Ed Wood conduz seu filme ”corretamente”, mas novamente, o pior de tudo é a história bizarra e os efeitos técnicos. Percebe-se que sua história, ainda que bizarra, é melhor conduzida, tem um início, meio e fim, os personagens são desenvolvidos (pouco, mas são), as cenas não chega a ser tão constrangedoras, não tem aqueles diálogos ridículos e sem noção, a forma com que as coisas vão se revelando e acontecendo é convincente, parece que é tudo certinho no seu devido lugar: Tem um vilão, sua intenção é mostrada, tem o mocinho, tem um clímax, enfim. Mas todos os filmes aparentemente não tem esses elementos? Sim. Mas nos filmes de Ed Wood não.
Bela Lugosi em mais uma parceria com o diretor, interpreta o Dr. Eric Vornoff, o único dos 3 filmes da parceria, onde ele tem um verdadeiro papel. Vornoff é um cientista, adivinham, adivinham? Ele é um cientista maluco. Vornoff está determinado a aperfeiçoar sua experiência e criar seus Humanos superdesenvolvidos, através de um raio atômico que ele vem estudando. Isolado numa espécie de pântano e casa mal-assombrada, ele cria no seu lago um polvo gigante. Após o sumiço de duas pessoas, as autoridades locais ficam em alerta e a jornalista Janet Lawton resolve ir até o local pra investigar e fazer uma matéria.
Na verdade, não se sabe o porque de ser “A Noiva do Monstro”, apenas no final que percebemos o porque do título e isso por causa de uma cena, não porque o filme se trata disso. Como uma espécie de ”Goonie” Vornoff cria o Lobo, que o ajuda nas experiências, e aparentemente é uma figura amigável. Ed wood dá um tom diferente e até mesmo coerente no seu filme, tornando-o suportável de se assistir. O diretor explora personagens, acrescenta reviravoltas no seu roteiro com a chegada do Prof. Vladimir, consegue equilibrar o mistério e uma certa ”seriedade”. E pensar que este filme foi feito antes da aberração ”Plano 9″ e parece que Ed Wood perdeu todo o controle ou se esqueceu de tudo o que havia realizado aqui.
Agora vamos falar da coisa mais tenebrosa do filme: O polvo gigante. Ainda que melhor do que os vampiros, o diabo, os discos voadores e as outras pérolas criadas pelo diretor, esse polvo mecânico consegue ser mais convincente. A cena final, percebe-se que o diretor voltou a cair na canastrice ao simular uma briga de uma pessoa com o polvo mecânico, sendo que este nem funcionando estava, por isso o ator teve que fingir está sendo atacado, balançando os tentáculos do monstro, sem ao menos disfarçar. Um erro comum nos filmes do diretor. A presença da trilha sonora é mais adequada, um pouco medonha, que funcionou corretamente com as cenas mais assustadoras, se é que posso dizer assim, pois assustar, obviamente o filme não assusta.
Ainda que ruim criticamente falando, consegue ser divertido e menos irritante de se assistir. São vários os aspectos que mostra a diferença deste filme com os demais da filmografia do diretor. Como eu disse, a trilha sonora, o roteiro menos bizarro, a ausência dos diálogos risíveis. Pode até ser ironia mas talvez este aqui seja um dos menos conhecidos do diretor pelo fato de ser o mais ”certinho” e não é toda a aberração como nos outros filmes, por isso não ganhou fama. Mas ainda é um filme curioso de se assistir, aliás toda a filmografia do diretor traz um pouco de curiosidade.
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