Na vila havia uma completa distorção da realidade. As pessoas viviam enclausuradas, com sistema fechado, a fim de não enfrentar a dor. Mas acontece o contrário, desejam liberdade e o enfrentamento com o medo se impôs. Se quiser evitar medo tem que enfrentá-lo. Não há outra maneira. Se não enfrentar ele fará parte da sua vida. O que fizeram para a manutenção do mito – qualquer estratégia – chantagem – extorsão, culpa, qualquer coisa.
A lealdade familiar é outra forma de manutenção do mito. Os elementos da família se unem numa lealdade familiar, para criar e manter o mito. No final do filme que o conselho decide continuar a mentir e a moça não enfrenta, ela foi leal. Ela distorce a realidade. Todo mito está baseado na sustentação de um tipo de poder. Ali era o poder da dor. De imediato, o poder dos anciãos. É a negação do enfrentamento da dor. Outra história traumática virá, com certeza.
O filme mostra o tempo todo a mentira como estratégia de defesa. É a distorção da realidade. Nós mentimos por que não damos conta de enfrentar a realidade. As mentiras pequenas, do dia-a-dia, é feita por que não damos conta de nossa realidade. Qual a realidade, é a de ser amado, de não ser gostado, é de não, não, e não? É a baixo auto-estima? Quanto mais mente mais baixa é a auto-estima. Quanto mais mente mais dificuldade de enfrentar a realidade. Não tem a estima. No filme houve uma mentira construída por desejo. O mito da realidade é a manutenção do poder do conselho. Há uma negação da dor. Vale qualquer coisa que imaginemos para a manutenção das regras construídas.
Para quebrar o mito, que é tão enrijecido, tão arraigado, engessado, que geralmente é quebrado por alguém que enlouqueça. A loucura, geralmente, é uma tentativa de quebrar um processo. O que ficou louco no filme, que brincava com o monstro, com a floresta, promovia certo desafio. Não conseguiu, no entanto.
Atuações impecáveis de Joaquim Phoenix, Adrien Brody e William Hurt.
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