A "viagem" de Spike Jonze e Charlie Kaufman sobre um filme dentro do outro é até interessante e de início atraente. Mas a maneira como "Adaptação" é traduzido para a tela é morosa e cansativa a ponto de fazer desistir os mais impacientes.
"Adaptação" tem boas tiradas como a questão do adaptar-se a um trabalho, a um estilo, a uma verve e também a questão de lutarmos contra a autopiedade, timidez e os medos modernos que nos trancafiam em nós mesmos.
Parece ser uma história pobre mas é só aparência. De ponto positivo tem-se as interpretações de Cage e Cooper. O segundo, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante. O roteiro em si, apesar das inúmeras idas e vindas temporais é coeso e segura a confusa trama.
De negativo, fica o final distoante. Erro na montagem - um homem nu aparece de calça jeans de repente e a trilha sonora "nada a ver" para a história.
O saldo é positivo e o filme funciona .
O final serve apenas como contraponto na discussão da busca pela arte e cinema como entretenimento. Kauffman opta pelo final típico do cinema americano , cheio de ação e surpresas, para mostrar que de fato, o que é relevante não são as reviravoltas do fim e sim toda a experiência da busca da originalidade do ínicio do filme ( em contraponto do que clamava o roteirista bem sucedido de hollywood).