UM ENCONTRO MEIO CONTURBADO DE TIM BURTON E ALICE, MAS, DELICIOSO
Pela sétima vez, Johnny Depp e pela sexta vez, Helena Bonham Carter, fazem parte da filmografia do excêntrico Tim Burton. E novamente são as peças que movem Alice, que dessa vez além de diferente se tornou pop, também podia, na mão de um diretor como este. Além da direção excepcional, Burton usa a mesma fórmula para deixar esses dois atores, que desta vez são coadjuvantes, em destaque, mesmo que isto, em partes seja mais difícil para Burton, já que na maior parte de seus filmes eles sejam os protagonistas como em Noiva Cadáver (Corpse Bride, 2005). A animação estranha e bonita de Burton desta vez mostra um pouco além de um belo visual técnico, também, mostra uma filosofia mais natural da loucura do que a famosa e clássica animação de Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 1951).
Com todas as esquisitices e furos implementados pela Linda Woolverton no roteiro, as impressões de imediato podem ser de uma bomba, mas toda a qualidade visual de Burton é tão esplendida e magnifica quanto a linda filosofia de loucura do Chapeleiro Louco, lindamente interpretado por Johnny Depp, que nos fazem esquecer ou simplesmente ignorar o fato de que o roteiro enfraqueceu tanto a história do eterno Lewis Carroll. É possível ainda fazer uma pequena comparação de Carroll com Burton, uma vez que os dois tinham pensamentos semelhantes, e é claro que não deixado isso de lado, Burton não poderia deixar uma obra como Alice no Pais das Maravilhas escapar de sua filmografia, além de ele mesmo dizer se identificar com a obra.
Burton ainda, tira os pontos enigmáticos com grande preciosidade como a famosa cena de Alice caindo no País das Maravilhas através do buraco quase sem fim. Muito disso foi bem estudado por Burton, uma vez que os enigmas contidos tinham origem da época de Carroll, como piadas locais e trocadilhos “exclusivos” da língua inglesa, além dos problemas de matemática e lógica.
Com um casamento recusado pela jovem e nobre Alice, ela entra em um mundo de fantasias ao tentar escapar e acaba descobrindo um mundo imaginário e surreal na qual ela presenciará em sua infância. Lá ela descobre personagens cômicos, engraçados, bons e ruins. Cada personagem(mesmo que às vezes genéricos) é uma parte principal que à ajuda a ser salva daquele mundo. Além disso, Alice não se trata apenas de um mundo fantasioso, além da forte influência do surrealismo, posta por Carroll, tudo tem uma moral mesmo que as vezes embaraçosa e de difícil entendimento envolvendo matemática e lógica complexa que mostram a verdadeira racionalidade e genialidade de Lewis Carroll.
Os personagens, ainda, foram escolhidos com testes rigorosos de Burton, como o de Mia Wasikowska, que ganhou até mesmo de Amanda Seyfried. Escolhendo quem os realmente achava perfeito para o papel podemos assumir com convicção que os seus “xodós”(Depp e Helena) foram muito bem escolhidos, tanto para a dificuldade que cada um deles apresentava para serem interpretados, uma vez que consagrados como os mais famosos do mundo de Alice.
Escrito por, Ricardo do Nascimento Bello e Silva
Fonte: meu site: www.cinemachocolatepipoca.webnode.com
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