MUITO MAIS QUE UM FILME DE MONSTRO. ALIEN - O 8º PASSAGEIRO É UM MONSTRO DE FILME COM VERDADEIROS MONSTROS NO ELENCO
Mesmo com investidas bem-sucedidas - e lucrativas - em filmes de guerra, tramas de conspiração, intrigas internacionais, serial killers e máfia norte-americana, Ridley Scott consagrou-se no mundo do cinema dirigindo épicos impressionantes do calibre de 1492: A Conquista do Paraíso (1992), Gladiador (2000), Cruzada (2005) e o problemático - porém bom - Robin Hood (2010). Mas foi na ficção científica que Scott lançou de vez seu nome para o mundo. Com títulos como o clássico Blade Runner - O Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982) e o recente e excelente Prometheus (idem, 2012), no currículo, o diretor inglês foi o principal (mas não único, que fique claro) responsável pelo estrondoso sucesso de Alien - O 8º Passageiro (Alien, 1979).
Escolhido para preservação pelo National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, considerado um filme "culturalmente, historicamente, ou estéticamente significante", a obra - que também lançou Sigourney Weaver, que até então só tinha participado do aclamado (sabe Deus lá porque!!!) Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977), de Woody Allen - foi indicada aos Oscar de Efeitos Visuais (vencendo nesta categoria) e Direção de Arte.
Contando com nomes de peso no elenco como Ian Holm, John Hurt, Harry Dean Stanton e Veronica Cartwright, uma direção espetacular, especto técnico impecável e roteiro sem brechas aparentes (não lembro de nenhuma, assim, de cabeça) Alien é um referencial não só no gênero, mas para o cinema em si. Sua atmosfera claustrofóbica e rítimo propositalmente lento são um diferencial em filmes de ficção/terror/suspense. Uma espécie de thriler espacial. Foi isso, inclusive, que convenceu Harry Dean Stanton a participar do projeto, sendo o ator avesso à filmes de monstros e terror.
O Início silencioso e sem a menor pressa, onde a cãmera de Scott passeia pelo interior da Nostromo, dá o tom do que seguirá. Pra se ter uma idéia, a primeira morte, a primeira aparição da icônica criatura, mesmo que em estado fetal, se dá somente aos 52 minutos de projeção. E a primeira aparição do Alien propriamente dito, só 64º minuto de filme. Até aí, o que vemos é uma condução perfeita dos acontecimentos por parte do diretor. O sentimento de exclusão dos mecânicos com relação aos demais tripulantes, a incubação de Kane (John Hurt), o atrito entre Ash (Ian Holm) e Ripley (Sigourney Weaver). Sempre sob um clima tenso e imerso em um suspense constante. Um thriler genuíno e muito bem interpretado.
Embora Ripley vá ganhando ganhando força dentro da trama a cada segundo que passa, Ash é um personagem riquíssimo e muito inetressante. Emblemático, eu diria. E um ator talentoso e elegante como Ian Holm seria imprescindível para o papel. A cena do embate entre ele e Ripley é de arrepiar, sem qualquer trilha de fundo. Clássica, assim como sua frase "Não mentirei quanto às suas possibilidades, mas saibam que vocês têm minha simpatia", proferindo um sarcástico e medonho sorriso.
Mesmo com uma inversão de protagonistas - de Dallas (Tom Skerritt) para Ripley - cada personagem tem sua importância e representatividade na trama: Ripley representa o auto-controle, o raciocínio diante de uma situação caótica. Dallas é o proponente das situações, tomando a dianteira e tentando resolver tudo da melhor forma possível, chamando pra si a responsabilidade. Ash representa o interesse das corporações acima da vida, um simples fantoche que não controla suas ações e apenas age sob as ordens de seus superiores, mesmo sem a intenção de prejudicar alguém. Kane é o propulsor da situação, que impulsiona a trama. Sem sua morte, não haveria trama. Parker (Yaphet Kotto) é a valentia inesperada que se manifesta diante de uma situação extrema. Brett (Harry Dean Stanton) é a passividade, agindo apenas conforme seus companheiros. Praticamente não toma uma decisão nem uma ação própria o filme todo. Lambert (Veronica Cartwright) é a fraqueza, o desespero e a irracionalidade. A impotência.
Até o tenso e igualmente lento final apoteótico, com o derradeiro embate entre Ripley e o Alien, suas unhas irão desaparecer aos poucos. É tão raro um filme de terror/ficção com tanto conteúdo, tanto técnico, quanto artístico, quanto simbólico, que é fácil entender o tamanho de seu sucesso.
Alien - O Oitavo Passageiro é a pbra-prima máxima de Ridley Scott e um dos grandes clássicos do cinema. Quem só conhece as porcarias lançadas recentemente (pra variar com Paul W. S. Anderson envolvido) deve obrigatóriamente assistir a série original, que traz no comando gente do gabarito de Ridley Scott, James Cameron e David Fincher.
É cara true Lies é foda. E a loucura exagerada de tudo é o grande lance.
O meu grande problema mesmo com Cameron são seus dois maiores feitos (em termos de público e reconhecimento), Titanic e Avatar, os quais eu acho no máximo, fracos. Quando Cameron, em sua megalomania - muito bem citada por você, meu amigo - se leva à sério, sempre sai merda. Até em Piranhas II - Assassinas Voadoras ele mandou bem na achacação.
Pronto você foi mesmo em cima mestre, quando Cameron estica a sua megalomania para tons mais dramáticos o cara se embanana mesmo.
Uma obra fantástica e brilhantemente bem feita,méritos do gênio Ridley Scott.