O FINAL DA SAGA DE RIPLEY QUASE SE TORNOU O FINAL DA SÉRIE ALIEN. PORÉM, NASCIA ALI UM DOS MAIS BRILHANTES DIRETORES DO CINEMA MODERNO
Depois do ambiente claustrofóbico muito bem construído por Ridley Scott no primeiro filme, e da batalha descomunal proposta por James Cameron na seqüência, o que poderia o estreante David Fincher apresentar de novo à saga da Tenente Ellen Ripley no combate aos Aliens? Que tal pôr a heroína em uma prisão de segurança máxima, sem a menor possibilidade de fuga e sem nenhuma arma sequer? E com um novo tipo de Alien muito mais agressivo do que os vistos até aqui?
Infelizmente, a idéia promissora de Alien 3 (Alien 3, 1992) não resiste ao péssimo roteiro, até então o mais fraco da série (lembre que Alien - A Ressurreição sairia cinco anos depois e praticamente enterraria a série). À começar com o modo como Ripley (novamente Sigourney Weaver, irrepreensível no papel e aqui, também como co-produtora) é trazida de volta à ação. Afinal, como aquele ovo de onde o parasita saiu foi parar na nave, se a Rainha havia se desprendido do casulo bem antes do final de Aliens - O Resgate? E se de cada ovo sai um parasita, que morre após inserir um embrião no hospedeiro, de onde surgiu o parasita que ataca o cachorro que acabará dando origem ao Alien?
Fincher tenta ao máximo extrair tudo o que pode de interessante deste roteiro, mas a tarefa não é fácil. A proposta de enfrentar uma criatura tão letal usando armas primitivas, quase como subjulgando o ser humano, já havia sido muito melhor explorada na franquia do E.T. rival em O Predador (The Predator, 1987). O visual sujo e pesado, característico do cinema do diretor já dava as caras aqui. Esse visual, assim como Ripley careca (clássica!!!) dá um tom de pouca esperança ao espectador, como se não houvesse chance de escapar com vida.
Ao matar a doce Newt e o heróico Hicks, ambos sobreviventes do segundo filme, acreditava-se que o roteiro os substituiria por personagens de mais peso, de mais relevância para a série. Engano. Não há um personagem interessante em toda a projeção. Nem o Dr. Clemens (Charles Dance), nem Dillon (Charles S. Dutton), líder religioso dos demais detentos. todos estão lá só para morrer. E torcemos por isso. O romance entre Ripley e o Dr. Clemens é tão mau conduzido, com diálogos tão terríveis, que chega a ser constrangedor.
Alien 3 é, de longe, o filme mais sangrento dos três, com cenas em que o personagem sobrevivente sai igual à Carrie de De Palma. Mas todo esse sangue poderia ter sido substituído por um desenvolvimento mais detalhado do ambiente e dos personagens. A doutrina religiosa à qual os presos se dedicam renderia bons frutos.
A parte técnica também deixa a desejar. Mesmo sendo indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Especias, o alien em computação gráfica é um desastre. Embora seu visual seja impressionante em cenas onde o CGI não é usado. A trilha sonora praticamente inexiste e os atores, embora competentes (Lance Henriksen, Pete Postlethwaite e Holt McCallany são alguns dos coadjuvantes) nada podem fazer para salvar seus personagens do fiasco total. Até mesmo Sigourney Weaver tem certa dificuldade em trabalhar sua Ripley corretamente.
A impressão que fica é que Alien 3 (Alien 3, 1992) poderia render algo muito melhor, caso o material entregue ao diretor fosse mais bem trabalhado. Fincher salvou o que pôde, adicionou o que deu e deixou de lado o que permitiram e fez com que Alien 3 escapasse de ser um lixo total. Para sua sorte, Jean-Pierre Jeunet receberia algo muito pior em mãos e ficaria com tal "honraria".
Cara dei uma reassistida neste filme por estes dias e a minha opinião sobre ele evoluiu bastante. Assisti, porém a versão do diretor com 30 minutos a mais e gostei bastante das mudanças e das interações dos personagens e do aprofundamento do universo, que ainda tem seus problemas, mas minha revisada foi profícua, tanto que agora já acho o 3 melhor que o 4. haha Em breve ponho um comentário completo sobre.
Fala Tio Ted, tudo beleza? Cara, nunca assisti esta versão e agora fiquei curioso.
Na espera pelos textos, viu? Abraços!!
Tudo beleza bicho. Cara pois assista que vale a pena. Lá embaixo esqueci de por um ponto importante, pra você ver como meras aspas ajudam hahahaha. Não foi o David Fincher que acompanhou o processo de reedição (apesar desta ser bem fiel ao que ele se propunha), foi o editor Terry Rawlings que acompanhou tudo e Fincher assistiu depois de pronto e aprovou o material.
E o texto sai em breve. Valeu.