Analisar este filme comparando-o com os episódios anteriores talvez não seja o melhor. Desde a origem de Alien até o ano de 1997 fomos presenteados com altos e baixos nesta franquia. Seqüências podem ser aplicadas e funcionarem quando temos vários fatores presentes: bons personagens, boa história, inovação e boa narrativa. Nas três seqüências da franquia temos esses quatro fatores em doses diferentes e aplicados sob diferentes olhares. Mas para um filme que necessita ressuscitar um personagem pivô temos de ponderar se os outros fatores sustentarão ou não este filme. E realmente Alien: A Ressurreição é uma nova ótica sob os estes monstros e nos mostra como os fatores ditos acima são importantíssimos para que o filme flua.
Temos a marca do diretor Jean-Pierre Jeunet em diversos cantos do filme tendo inclusive alguns de seus atores prediletos. A película inicia com uma introdução ao motivo de porque a agente Ripley é necessária para a história. Mas o que seria de Alien sem Ripley? É aí que um dos fatores escorrega, mesmo que Ripley seja a marca da franquia, a personagem teve um belíssimo desfecho no terceiro filme, e neste, talvez sua importância a trama pudesse ser minimizada. A idéia e a importância desta nova Ripley é muito subjetiva. Porém assumindo que Ripley é necessária e que o filme deve continuar assim somos apresentados aos outros personagens da trama. Muitos deles são caricaturas ou cópias de filmes passados. Porém os mercenários são interessantes, possuem estrutura e levam a história a diante. Se Whedon e Jeunet tivessem explorado somente estes personagens em um outro contexto teríamos um grande filme. Mas eles embora com potencial são subaproveitados como o de Michael Wincott. Outros ganham força e relembram bons momentos de filmes anteriores como o de Ryder, superando alguns anteriores.
Quanto as cenas de suspense e terror que marcaram o primeiro e que foram reativadas no terceiro neste filme são raras. Algumas se destacam como as com Wincott são boas e relembram grandes momentos da franquia. Este filme trás boas cenas de tensão entre os personagens, mais que com os aliens o que remete aos primeiros filmes da série. Os aliens são mostrados de forma diferente e em condições e disposições totalmente novas e que funcionam. O filme só peca em não trabalhar mais cenas com estes personagens de uma forma menos “filme de ação” ou “filme trash”. E assim somos encaminhados a última etapa do filme, algo que deveria ser a marca deste filme, que tão rápida é introduzida e já nos deparamos com o final do filme.
Analisando Alien: A Ressurreição por si só podemos considerá-lo um filme razoável. Vele por sua diversidade narrativa, diversidade de idéias e de personagens. Mas o que fica no final, é a sensação de que acabamos de ver idéias boas (na forma narrativa, de elaboração de cenas e construção de personagens) mostradas de uma forma apressada e desordenada. Talvez sem a questão de Ripley pudéssemos ter um filme mais coeso e menos confuso. Mas o que seria de Alien sem Ripley? Talvez um filme melhor embora Weaver esteja perfeita neste filme.
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