Sinceramente eu não era familiar com o cinema do sul-coreano, só fui saber quem era o cara, quando ele por acaso ganhou o Leão de Ouro em Veneza, por Pieta (Leão esse que cá entre nós foi muito suspeito, afinal de contas, o próprio presidente do júri Michael Mann disse que o premiado era pra ser outro, por conta das regras do festival acabou nisso) pois lá fui eu procurar saber mais do diretor, me deparei com ARIRANG (2011).
Primeiro, gostaria de colocar em palavras o quanto eu acho injusto colocar um documentário em qualquer que seja a competição "contra" filmes ficção, que foi o caso de Arirang em 2011, quando saiu vencedor da Mostra Um Certo Olhar em Cannes - na verdade empatado com [Parada em Pleno Curso] - quase sempre, quando temos um documentário concorredo nos grandes festivais, eles saem como vencedor, eu particularmente acho injusto, já os curadores parecem não enxgerar isso.
O documentário gira em torno do próprio diretor e sua auto-piedade, após a atriz Na-yeong Lee quase morrer nas filmagens de [Sonho], Kim Ki-Duk fica perturbado, e se isola numa cabana no meio do nada, quando resolve se filmar após anos isolado, reflete sobre seu papel como realizador, seus filmes, seu modo de criação e o valor das premiações e do reconhecimento.
O diretor ligou a câmera, colocou duas personalidades na tela, uma que pergunta e a outra que responde [o diretor no caso] dai em diante ele conta todas as razões do seu afastamento do cinema, Kim Ki-duk se afastou do cinema pelo trauma, isso, somado algumas traições sofridas por outros assistentesm diretores, produtores, tudo isso o fez cair em depressão, em péssimas condições em uma montanha, enquanto narra suas experiências uma primeira impressão é que o diretor está sendo sincero, até que de uma hora para outra o diretor começa se vagloriar, excessivamente, do seu trabalho, ele caí em uma auto-piedade, se coloca no mais alto patamar de um diretor de cinema, como se todos, de fato, sentissem sua falta e do seu cinema, se vangloreia dos seus prêmios, em certo momento até diz "as pessoas precisam do meu cinema, dos meus filmes" - a impressão que me fica é que não passa de um auto-retrato piedoso para chamar atenção, não por menos colocaram o filme em alguma competição, assim comovendo o júri, por consequência dando ao diretor justamente o que ele queria, ser convencido de que o mundo realmente precisa dos seus filmes, definitivamente um documentário oportunista.
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