Plantas carnívoras em filmes de terror realmente não dá pra se levar a sério. Mas e quando aquele velho ditado popular “nunca julgue um livro pela capa” apunhala o mais infiel aos ditos populares e pega você de surpresa!!! Pois bem, “AS RUÍNAS”, filme lançado em dvd no país em 2008, que foi bem nas bilheterias dos Estados Unidos ultrapassando quase o triplo de seu custo, mostra que os ditos populares muitas vezes tem que ser levados a sério!!!
Tendo como enredo uma lenda indígena de plantas rasteiras comedoras de carne humana, um grupo de jovens turistas decide colocar no seu roteiro de férias uma visita a um templo (que mais parece uma pirâmide) da civilização maia, localizada no México, que, aliás, muito bem feito e bonito, estando de parabéns o montador deste monumento. Ao chegarem lá, os jovens já são logo postos em perigo, pois descendentes maias estão armados até os dentes e dispostos a não deixarem nenhum indivíduo que entrou em contato com as ruínas saírem vivos de lá (que inclusive uma pessoa do grupo foi atacada com uma flecha no peito, seguido de um tiro na cabeça pela tribo, cena totalmente sem nenhum corte). Os jovens ao perceberem que a tribo de alguma forma receia de entrar em contato com as ruínas e sua forma de vida vegetal que a habita, uma planta rasteira rara que cobre todo o templo, não vacilam e logo resolvem subir as ruínas para se salvarem da brutalidade dos nativos. Só que na medida em que o tempo corre, eles irão notar que o templo com seus vegetais são bem mais perigosos que os rifles, arcos e flechas dos índios que estão na espreita lá em baixo só esperando a oportunidade de matá-los.
Ao ler toda a sinopse acima, não se deixe enganar, a idéia central de “AS RUÍNAS” por mais que soe ridícula, funciona muito bem, e você se surpreenderá com o que vai assistir. O estreante diretor criou o suspense na hora certa e não teve medo de mostrar cenas chocantes e bastante violentas. Temos de pernas amputadas dolorosamente a várias facadas no corpo de uma jovem, feita por ela mesma, depois que percebe que a planta das ruínas invadiu todo o seu corpo e a está comendo toda por dentro. As cenas são muito tensas e o terror psicológico prestado pelos personagens são bem construídos e funciona muito bem, fazendo o espectador também sentir na pele o que eles estão sentindo na tela. E isso não funcionaria bem se o elenco, mesmo não muito conhecido (Shawn Ashmore, ‘o homem de gelo’ da série “X-MEN”, consideramos o menos impopular do grupo), não fosse bem prestativo e profissional. Possue de fato talento, dando boa credibilidade à produção.
Porém entre os elogios, o roteiro escorrega, digamos, em quantativa parte, deixando pontas incoerentes. Pra os que já assistiram, quem não se perguntou o porquê do grupo não ter a idéia de tentar queimar as plantas assassinas, ou mesmo o grupo maia que mora perto dali há anos! Ou o porquê dos jovens deixarem um dos feridos que não pode nem andar perto dos arbustos, virando uma presa fácil! Atitudes como estas, não convencem totalmente aos mais exigentes. Mesmo assim, é um filme excelente!!!
Então, esqueçam a idéia das plantas carnívoras ser uma merda; sentem na poltrona e desfrutem de uma das maiores surpresas vindas dos States nesses últimos anos.
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