O nome de David Leitch e o trailer nos vendiam um John Wick protagonizado por mulher, mas na hora de receber a encomenda percebemos que tinham largado um O Espião que Sabia Demais protagonizado por mulher no correio.
Eu, sinceramente, não sei se o roteiro é uma bagunça sem fim que desiste de ao menos tentar ser interessante ou se é realmente complexo demais a ponto de eu me perder nele porque depois de meia hora de filme eu me pegava constantemente pensando se valia a pena insistir nesse Atômica pelas cenas de ação ou se desistia de uma vez. Eu insisti.
Méritos de Leitch que, mais uma vez, prova que filma ação bem pra caralho. Atômica, caso não tentasse ser um filme sobre espionagem cheio de reviravoltas, traições, nomes e blá blá blá, e apostasse em pancadaria pura como o já mencionado John Wick, seria um filmaço. Eu nem sei se gosto mais da ação estilizada de uma luta em contraluz com o Stalker do Tarkovsky projetado ao fundo ou da maneira crua como se vai contra isso e se filma um plano sequência espetacular de dez minutos cheio de porrada, tiro, facada, sangue e uma Charlize Theron tão intensa, tão judiada e tão mortal que quase faz o filme valer a pena por essa única cena.
Mas são só alguns minutos em um filme de duas horas que nos minutos restantes é uma missão difícil de encarar sem se dispersar com qualquer outra coisa, a cada diálogo eu torcia pra alguém resolver sair na porrada porque parece que por mais que digam qualquer fala aqui como uma informação vital a narrativa, nada é.
Dito isso, eu realmente acho fascinante a maneira como as músicas que vão de Queen a Public Enemy se encaixam tão bem em diversas sequências e me fazem pensar que, fosse uma playlist do Spotify, esse Atomic seria bem melhor.
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