Um filme sensacional, surpreendente, impressionante e inovador do ponto de vista da ferramenta mais eficaz e, ao mesmo tempo, assustadora: o marketing.
Poucos dias do lançamento, ficamos todos na expectativa de vermos um filme espetacular, revolucionário, pois era isso que víamos em todos os jornais, revistas e reportagens sobre cinema. Mas, ao sentar em frente a telona e começar a assistir Avatar, sofri uma grande decepção, assistia a um filme tão badalado por tão pouco. Sim, é um filme com efeitos especiais ótimos e imagens impressionantes, porém não há nada de brigante. Para quem já assistiu outros filmes em 3D, sabe que Avatar não vai muito além deles.
Não vou entrar em detalhes da trama, visto que a grande maioria já assistiu ao longa-metragem, contudo citarei pontos importantes: as atuações de atores na obra não superam outro blockbuster qualquer; o enredo não é excelente e muito menos novidade; e o roteiro é mediano, com clichês e chateações contidas em um Crepúsculo, por exemplo.
Mas ai você me pergunta: e porque fizeram tanto alarde em cima deste filme? A resposta é simples, o Marketing. Um filme com um orçamento de meio bilhão de dólar não poderia deixar um prejuízo desse, por isso temos uma ferramenta tão eficaz, a propaganda. Quantas vezes você não comprou um produto que não precisava? Quantas vezes não trocou um eletrodoméstico, em perfeito estado, por um com uma nova função (detalhe que você nunca a usou)?
Com toda essa ênfase da mídia o filme conseguiu seu objetivo, bater recorde de bilheteria (a meu ver, contestável. Na época de Titanic, a meia-entrada no cinema custava R$2,50 e hoje custa R$9,50. Qualquer um com um conhecimento básico de economia e finanças sabe que se descontasse a inflação do setor no período Titanic estaria bem à frente de Avatar). Mas considerar o filme tão bom a ponto de ganhar Oscar de melhor filme é demais, ainda bem que não o fez.
Com muito menos que esse montante de dinheiro é possível fazer um filme belo, contagiante, surpreendente ou com efeitos especiais melhores que Avatar. Acho um crime nos dias de hoje (com tamanha miséria, diversidade de mazelas e degradação ambiental em níveis alarmantes) gastar tanto dinheiro com um filme vazio.
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