"Se não pudermos proteger a Terra, você pode ter certeza que iremos vingá-la!"
Muita coisa foi falada sobre Os Vingadores desde sua estreia arrasadora em 2012, inclusive, vindo de alguns mais exagerados, que ele este é o melhor filme da Marvel Studios ou mesmo a melhor adaptação de super-heróis para o cinema. - e dos exagerados do lado oposto, que é um desastre, claro. Na última revisão da produção de Joss Whedon que uniu os vários personagens do universo cinematográfico criado pelo estúdio ao longo de anos, no entanto, é como ele parece ser o filme a melhor trabalhar toda a ideia de maravilhamento que a ideia do super-herói tem exercido sobre adultos e crianças ao longos de anos e anos.
Talvez seja o mais perto que veremos no cinema de uma adaptação da icônica graphic novel Marvels, escrita por Kurt Busiek e ilustrada por Alex Ross nos anos 90, que trazia grandes eventos da história da editora dos Vingadores sob o ponto de vista de uma pessoa comum, um fotógrafo - o que torna o "ponto de vista" dito aqui algo ainda mais importante, já que as "maravilhas" retratadas na história são eternizadas em imagem em dois níveis, as fotografias do protagonista e os quadros pintados por Ross. Os Vingadores é uma sucessão de quadros que se reconhecem icônicos, planos pensados para nos deixar maravilhados, um encontro projetado para ser importante, não apenas para o cinema blockbuster que a partir do sucesso da Marvel com a ideia de um universo cinematográfico resolveu tornar isso um padrão a ser seguido, mas dentro de si mesmo.
Assim, sobram planos em contra plongée, engrandecendo ainda mais os heróis (e o vilão, claro) ao longo da narrativa. Frames que trazem dois ou mais heróis do grupo dividindo o quadro parecem posados por horas até encontrarem algo próximo à perfeição - e é sintomático perceber como após uma cena de batalha, Hulk "expulsa" Thor do quadro que os trazia em uma pose vitoriosa, "roubando" o momento de importância e imponência para si. A montagem que acompanha os filmes de super-heróis desde antes do boom do subgênero nos anos 2000 - Batman & Robin uma década antes já tentava abordar isso sob um viés cômico, por exemplo (sem sucesso, como o filme todo, claro) -, trazendo os protagonistas se uniformizando para a batalha final, parece aqui mais solene do que o já esperado em um filme de super-heróis, reconhecendo que, quase após duas horas, chegou o momento do espectador ver o que pagou para ver: os heróis lado a lado, culminando no plano em que a câmera faz um travelling em volta do grupo reunido, trazendo pela primeira vez todos no quadro, e, claro, o icônico plano sequência que acompanha os heróis usando suas habilidades variadas, individualmente e em conjunto, para aniquilar boa parte do exército comandado por Loki.
É um filme que não depende dessa identificação com a maneira como enxerga o super-herói para funcionar, mas que parece perder muitos adeptos em função de toda essa solenidade com que trata seus protagonistas - ainda que seja um filme calcado na diversão, com até mais comédia do que precisaria, se analisarmos friamente (assim como boa parte das produções da Marvel) -, ao mesmo tempo em que entre os fãs de quadrinhos - Marvel, em especial, claro -, surge como uma obra quase definitiva sobre um universo em que diversos seres superpoderosos coabitam.
Fico no segundo time aqui.
Muito bom o texto Pepe, filme excelente. Só faltou vacas pastando 🙁
Deu 9 pra Avengers e 4 para Cavalo de Guerra leigo do caralho
VÃO TOMAR NO CU, SEUS LINDOS