Um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos!
Fiquei tão intrigado com o que vi, que assisti duas vezes no espaço de dois dias. Poucos filmes me fazem isso.
Na época do lançamento, lembro que percebi um certo rebuliço ao redor da obra. Então, quando fui assistir recentemente no cinema do SESC da minha cidade, imaginei que o filme seria pelo menos bom, também por perceber que se tratava de um filme mais artístico no bom estilo francês, o tipo de cinema que gosto bastante. A princípio, achei o filme legal, mas no decorrer dele vi que estava diante mesmo de uma obra de arte. Fiquei ainda mais satisfeito quando descobri, depois, que ele havia ganho a Palma de Ouro em Cannes 2013, tanto por melhor filme como também pela dupla de protagonistas. E falando nelas, que incrível química, como raramente vemos com tanta intensidade no cinema. Isso demonstra a diferença que uma boa seleção de elenco pode fazer. Portanto, as atuações das belas, jovens e talentosas protagonistas Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux merecem, de fato, todos os elogios e prêmios que receberam, mas faço uma observação pessoal. Apesar da excelente atuação e de ser a protagonista principal, consigo imaginar outras atrizes talentosas no mesmo papel de Adèle (Adèle Exarchopoulos). No entanto, não consigo imaginar qualquer outra atriz que pudesse interpretar tão perfeitamente a personagem de Emma como a magnífica Léa Seydoux fez. Além de seu enorme talento, a personagem se encaixou perfeitamente no jeito da atriz. As sutilezas são incríveis.
Outro trunfo do filme foi conseguiu trabalhar o bem escrito, porém polêmico e até cruel roteiro, sem ser piegas ou exagerado. E mesmo as cenas de sexo e nudez que podem parecer desnecessárias para alguns, no meu ponto de vista obedeceram a uma linha lógica realista que aprofundou o roteiro e agregou qualidade à obra, por deixá-la mais completa. Inclusive, são cenas bonitas e artísticas, portanto, não vulgares.
Também merecem elogios a boa fotografia que resultou as belas cenas, a marcante trilha sonora, os diálogos pertinentes e os engraçados, o figurino e cenário, apesar de eu não ter entendido a conotação exata que quiseram fazer entre o tom azul e a história, além do fato óbvio que uma das protagonistas usa um cabelo tingido com a cor azul durante uma parte do filme, o que não deixou de ser um elemento interessante que tornou mais bonito, visto que o azul se faz presente a todo momento. Outra coisa é que não achei o filme longo como alguns afirmam, já que o roteiro é envolvente e nem percebemos o passar do tempo. Era uma opção do diretor ter diminuído ou aumentado a duração da história.
Uma curiosidade para quem não percebeu, foi a tradução que fizeram para o inglês e o português do título do filme, que no original significa "A Vida de Adele" ("La vie d'Adèle"), mas que lançaram aqui com a muito criativa 'tradução' "Azul é a Cor Mais Quente", ou no inglês "Blue is the Warmest Color"! Achei a tradução até melhor que o título original básico. Na verdade, pelo que li na capa do DVD, Azul é a Cor Mais Quente é o nome do gibi cujo a história teria inspirado o filme.
Por fim vale ressaltar que é um grande filme que conseguiu o difícil resultado de agradar tanto a crítica como o público, destacando ainda mais sua notável qualidade. Memorável!
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