"Eu acredito que o que não nos mata só nos deixa mais...estranhos".
É com essa instigante e curiosa frase que o maior vilão de Gotham City dá as caras. Marcado por seu jeito psicopata de ser, o Coringa é considerado o melhor vilão já feito em uma HQ. Misterioso, sombrio e temido, o personagem foi um dos pontos altos da obra-prima de Christopher Nolan.
Mas foi apenas um de uma massa de atrativos do filme. No final dos anos 80 e início dos 90, o diretor Tim Burton quis adaptar o Batman das HQs para a telona. Meados dos mesmos anos 90, o inexpressivo Joel Schumacher também realizou a sua tentativa. Os filmes desse último, pode-se dizer com todas as letras, foram verdadeiras bombas de efeito moral. Já o primeiro de Tim Burton, o de 89, foi um bom filme e prometia...mas já no filme seguinte baixou o nível e, os fãs do Homem-Morcego foram obrigados a assistir a um show de horrores nessas pseudoadaptações.
Porque adaptação mesmo foi o que Christopher Nolan fez, uma verdadeira aula para os seus dois antecessores. Um roteiro que não cai nos velhos clichês, boas escolhas para os atores principais e coadjuvantes, boas cenas de ação, diálogos interessantes, fotografia exuberante, belo som e ótimos efeitos visuais.
O roteiro não é de forma nenhuma previsível e nos cria situações que não nos deixa desgrudar os olhos da tela. Pois todo filme de super-herói o vilão fica impossibilitado de realizar qualquer maldade e sempre é assassinado pelo mocinho. Aqui é diferente, nós vemos uma cidade devastada pela maldade de seus criminosos, que somente o Batman consegue pôr ordem na casa. Mas ele não é unanimidade, a população e a polícia o teme, ninguém sabe quem está por trás da máscara e quais são suas reais intenções.
Eis que surge o novo promotor de Gotham: Harvey Dent, o "Cavaleiro Branco" da cidade. No seu primeiro ato de valentia e coragem, conquista a confiança de todos ao seu redor. Principalmente a de Bruce Wayne, que pensa em largar suas atividades heroicas e seguir uma vida normal. Com uma decepção amorosa chamada Rachel Dawes, o bilionário pensa em dedicar-se a outras coisas e deixar que o novo promotor público tome conta da cidade, coisa que já mostrou ter grande competência para fazer.
Porém, o Batman terá de mostrar a sua cara, caso contrário o terrorista impiedoso chamado Coringa fará pessoas morrerem e trará mais sofrimento a Gotham City, e então, o que irá acontecer?
É imperdível, "Batman - O Cavaleiro das Trevas" está para os filmes de super-herói assim como o "O Poderoso Chefão" está para filmes de máfia: o melhor de todos. O perfeccionismo de Nolan se faz presente nas ótimas sequências de ação que presenciamos, um clima constante de suspense que é de tirar o fôlego, os efeitos sonoros e a Edição de Som possuem papel fundamental na caracaterização do ambiente violento de Gotham.
O que dizer das frases de cunho filosófico do Coringa? O jogo psicológico imposto pelo Vilão causa ira no "trio ternura" Batman, Gordon e Harvey. Isso causa desconforto no trio e aumenta a sensação de insegurança e medo na província, visto que nada conseguem fazer para impedí-lo.
Nolan acertou na mosca nas escolhas para os principais personagens, Cristian Bale foi o melhor de todos os Batmans, com uma atuação segura. Gary Oldman e Aaron Eckhart tiveram interpretações precisas, e o mega astro Morgan Freeman, que dessa vez foi coadjuvante, jamais deixou a desejar nas cenas em que apareceu. A atuação de Heath Ledger como Coringa dispensa apresentações, como é chover no molhado elogiá-lo, deixa que o Oscar, o Globo de Ouro e o resto da crítica diga por mim.
A continuação de "Batman Begins" não poderia ter sido melhor, a Warner investiu maciçamente no seu marketing com a exibição de quatro episódios animados entre os dois longas. Valeu a pena, foi a quarta maior bilheteria da História do cinema e uma bela experiência, que vale cada segundo de suas duas horas e quarenta e cinco minutos, que arrebatou e continuará arrebatando fãs para o Cavaleiro das Trevas em todo o mundo.
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