Financeiro e tecnicamente bem sucedido, é até agora uma das maiores bilheterias do mundo e tem direção, roteiro e atuações equilibradas de forma fantástica, ganhando o Oscar de melhor ator coadjuvante (póstumo) para Heath Ledger e melhor edição de som.
Vendo duas vezes, você começa ver que a situação caótica de Gotham City não é muito diferente de São Paulo na época dos atentados aos policiais em diversos cantos do Estado, tiroteios em postos policiais, autoridades sendo mortas (acho que o assassinato do tenente responsável pelo massacre do Carandiru tenha certa ligação com isso), ônibus queimados, etc compoem o clima de terror e medo à população local e no filme, parece que nenhum lugar era seguro, e essa era a sensação que nós paulistas tinhamos, tudo graças a políticos e policiais corruptos que financiam os bandidos com o nosso bendito dinheiro que se torna sujo quando colocado em mãos de homens corrompidos pelos fatores que nos atormentam, ou seja, tais desgraças acontecem por causa do dinheiro e aí, não é tão difícil compreender esses absurdos, mas e quando surge homens que não são movidos pelo dinheiro ou qualquer outra coisa de valor. Estes terroristas de hoje se explodem junto com outras pessoas é por causa do Paraíso que eles acreditam ter mil virgens e tudo do bom e do melhor se fizerem essas barbaridades, mas este que citarei a seguir simplesmente faz isso apenas para "ver o circo pegar fogo", o camarote de um show de horrores.
CORINGA - um louco qualquer sem nome que mata pessoas e explode coisas, e além disso, consegue criar situações de extrema tensão aos pobres cidadãos, como quando manda matar o contador da Wayne Enterprises que iria revelar a identidade de Batman senão explodiria o hospital ou quando pôe bombas em dois barcos que saiam de Gotham e ambas as embarcações tinha um controle da bomba de outro barco que ativava com uma chave, e se nenhum dos dois explodisse o outro barco, ele mesmo explodia os dois de uma vez, mas o que piorava mais a situação é que de um lado eram cidadãos comuns e o outro, presidiários; ele falava que nos momentos derradeiros, as pessoas caem em contradições e revelam quem são, ou seja, ele fazia isso sem motivações mas acreditava que todas as pessoas podiam se tornar como ele quando expostos em estado caótico e amedrontador e ele queria mostrar isso. Ele não conseguia isso com a maioria do povo, mas com um herói - Harvey Dent - ele conseguiu e corrompeu o melhor homem que Batman queria passar o fardo de salvador de Gotham City, ele saiu perdendo com o povo da cidade mas ganhou ao fazer o promotor público cair na loucura e torná-lo um assassino sociopata, como o promotor dizia: "Morra como herói ou viva o bastante para se tornar um vilão" e como o Coringa dizia: "A loucura é como a gravidade, só precisa de um empurrãozinho".
Agora falando da parte técnica, Christopher Nolan é um cineasta adorado pelos fãs do Homem-Morcego e dos cinéfilos por definir os filmes do Batman com um reboot (Batman Begins) corrigindo tudo que Tim Burton e Joel Schumacher (eca!!!) e dando argumentos convincentes, criativos e fantásticos ás razões do playboy Bruce Wayne se tornar o sombrio herói Batman, tudo aqui é mais realista e sombrio de forma sofisticada do jeito que apenas Nolan conseguiu com o primeiro filme e aqui ele melhora todos os aspectos e acrescenta ainda mais, pondo o Coringa como um dos personagens mais complexos da história (mas tal personagem se tornou mais completo graças a grande interpretação do falecido Heath Ledger, imortalizando um novo Coringa) do cinema e os mocinhos lutando contra a máfia e um terrorista psicopata, mas com os seus demônios quando colocados á prova pelo Coringa tornando o filme mais rico em seu conteúdo. Os atores e seus personagens se encaixam em seus devidos lugares, como Alfred (Michael Caine) que deixa de lado um velhinho franzino para um verdadeiro mentor de Bruce, em que seus conselhos e experiências do passado que são passados influenciam nas ações do alter-ego do playboy bilionário; um Aaron Eckhart que passa todas as suas motivações de um lugar melhor no papel de Harvey Dent; uma belíssima e carísmática Maggie Gyllenhaal no papel do interrese romântico de Harvey e Bruce, Rachel Dawes; e Morgan Freeman ótimo como sempre.
Injustiçado pelo Oscar, que levou apenas dois prêmios deveria ter sido indicado e ganhado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (que opta pelo tom azul escuro) e Melhores Efeitos Especiais (pelo esforço de criar cenas bem conduzidas e emocionantes praticamente todas sem a utilização de CG), mas a Academia prefere melodramas chatos como O Curioso Caso de Benjamin Button e descarta filmes de super-heróis com grande apelo comercial, mas consegue ser melhor que Quem Quer Ser Um Milionário?, mas sabemos que nem sempre os melhores ganham, caso de Cidadão Kane, 2001: Uma Odisséia no Espaço, Laranja Mecânica, Bons Companheiros, etc. Não quero comparar este filme com estas obras-primas mas mostrar que nem sempre dá pra levar a Academia á sério.
Não falei de Heath Ledger que tal esforço que ele fez para interpretar que custou-lhe a saúde (e mais tarde, a vida) para encarnar o Coringa porque cansamos de ouvir os elogios referente á sua atuação e só assistindo, percebemos o quanto ele está ótimo, dando uma interpretação diferente daquela que vimos nos anos 80 pelo lendário Jack Nicholson, ambos imortalizaram um mesmo personagem que deixa de ser o mesmo pela diferente interpretação e do seu papel no contexto da história.
Uma obra-prima magnífica que como em Amnésia (primeiro filme de Christopher Nolan), consegue dar conteúdo ao um dos dez mais lucrativos blockbusters de todos os tempos em uma história de ação estrelada pelo Morcegão, com características de filme policial e pitadas de suspense quando o vilão entra em cena.
Muito mais que recomendado!!
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