BATTLESHIT
Meu Deus, o que mais falta Hollywood inventar? Quase já não existem mais livros para serem adaptados. Séries de TV e games chegam aos montes, ano após ano e só trazem prejuízo para os estúdios e uma mancha negra quase irreversível para as franquias originais. HQ’s então, nem se fala. E tem ainda a onda dos mushups. Eis que um belo dia, um “gênio” decidiu fazer um filme sobre um dos jogos mais populares do mundo: batalha naval. Isso mesmo, meus amigos. Aquele joguinho xarope de programas igualmente xaropes como Fantasia e Bom Dia & Cia, agora virou filme!!!!! Obviamente o projeto era um flerte com o fracasso, mas as cabeças pensantes da Terra das Oportunidades acreditavam ter encontrado uma solução: contrataram a Hasbro, produtora do momento, responsável pelas meninas dos olhos de Michael Bay, os fatídicos Transformers. Mas isso não era suficiente. Ainda era preciso um protagonista bonitão, de preferência que ainda buscasse seu espaço na indústria, pois assim ele seria como uma marca registrada do filme, e virce-versa. Mas, ainda faltava a cereja do bolo. Um ator experiente e respeitado para conferir certa credibilidade ao projeto e para atrair não só o público, mas também maiores investimentos. E se esse nome estivesse ligado a filmes de ação, melhor ainda. Por tudo isso, o nome de Liam Neeson caiu como uma luva para a produção. Com esta fórmula mais do que batida, Battleship – A Batalha dos Mares foi um verdadeiro tiro n’água por parte de Hollywood.
O mesmo modo de filmar, a mesma iluminação, o mesmo tom da narrativa, a mesma trilha sonora, o mesmo tipo de vilão, a mesma falta de lógica do roteiro, os mesmos personagens irritantes, o mesmo herói involuntário, o mesmo apelo visual e a mesma sonoplastia. Sim, Battleship é a versão Série B dos Transformers – que já não eram lá grandes coisas. É praticamente impossível compreender o que está acontecendo e pior: sequer nos interessamos por tal. Tanto faz, pois tudo é despejado de forma desleixada na nossa cara e mesmo que fosse bem trabalhada, a estória é demasiadamente desinteressante. Apenas mais uma bobagem sobre a invasão da Terra e um boa-pinta gente boa, mas irresponsável, que acabará salvando à todos e ficando com a garota ao final. Já vimos tudo isso anteriormente, em filmes bons e outros ruins. Uma personagem que não fala (G.I. Joe), um protagonista que interpreta com os músculos e as caretas (O Homem de Aço), um general disciplinador e sua filha meiga e desejada (Hulk), um amigo conselheiro (Tropas Estelares) e um cidadão qualquer de uma outra etnia (Resident Evil) escolhida aleatoriamente para agradar à uma fatia maior do bolo. Tudo figurinha repetida.
Mas, e os efeitos? Sim, os efeitos são bons. Mas nada de diferente daquilo que chega mensalmente nos cinemas hoje em dia. Decepcionante é saber que tanto dinheiro foi investido nesse departamento e muito pouco foi entregue. Alguma cena empolga? Pouco provável. Talvez, para as meninas, alguma cena do protagonista (Taylor alguma coisa; não me dei ao trabalho de decorar o sobrenome da criatura, mas é aquele mesmo babaca que fez a porcaria do John Carter – Entre dois Mundos) sem camisa, mas acho que também não irão se empolgar demais.
O que resta, então, deste tão desastroso filme? Risos, ora bolas! Mas não que o filme seja engraçado. Longe disso.... Mas sabe aquele riso que a gente não consegue conter quando nos deparamos com uma situação tão ridícula? Pois é, é esse riso mesmo que vem ao final do filme (ou até onde você conseguir agüentar). Só me dói mesmo é ver o nome de um ator tão gabaritado e competente como Liam Neeson vinculado a essa bosta com “B” maiúsculo.
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