"Brinquedo Assassino 3" é pior da trilogia original de Chucky, sendo lançado após um ano de seu antecessor. Com uma história furada, cenas exageradas e absurdas, mesmo para um longa com este, este capítulo realmente não deveria ter existido, tendo em vista que não acrescentou nada de importante à mitologia e o universo fantasioso do vilão, bem como colaborou para afundar de vez o mesmo.
A mudança de ambiente de um filme para o outro, mesmo sendo uma boa proposta de 'renovação', não foi eficaz, principalmente por proporcionar cenas absurdas envolvendo Chucky. O vilão perseguia o garotinho Andy em ambientes familiares, e aqui a ação se passa em uma base militar, como também em uma floresta. O roteiro é o mais forçado e sem sentido da trilogia, mostrando cenas realmente difícies de engolir. Pra começar já é complicado acreditar que Chucky faz o que quer em um local lotado de militares, sem ao menos alguém perceber sua movimentação, que aqui convenhamos, é o fator de menor importância para o roteiro. O vilão aparece em todos os locais, está em tudo que é canto, matando alguns personagens de formas criativas e até certo ponto com mortes engenhosas.
A maneira como Chucky volta a vida também é uma das formas mais rídiculas do roteiro. Seus 'restos' foram encontrados na fábrica do filme anterior, anos mais tarde, e quando uma máquina faz sua remoção do local, seu sangue (Incrível ainda ter sangue não?) cai em um tanque de plástico líquido, e com o contato de ambos, o boneco renasce. Simples não? Agora o porquê do boneco voltar a vida após ter seu sangue misturado com plástico, ninguém nunca vai saber. O que uma coisa tem a ver com a outra? Outro grande furo do roteiro é a facilidade em que Chucky descobre o paradeiro de Andy. Simplesmente, após consultar no computador do chefão da indústria que fabrica os brinquedos, Sullivan (Peter Haskell), Chucky descobre onde o garoto se encontra. A dúvida é o porquê do nome de Andy estar no computador do magnata, mesmo após anos dos incidentes envolvendo ambos.
Chuchy está mais afiado do que nunca, com Brad Dourif soltando grande parte das falas mais engraçadas da história do personagem. A matança come solta, sempre aliada com altas doses de humor negro, resultando quase sempre em cenas rídiculas e absurdas. O vilão trocando as balas de Paintball por balas de verdade é uma das cenas que comprova o clima do filme. Nenhum personagem do longa possui alguma caracterísitca que os diferem. Todos são dessinteressantes e sem personalidade, apesar de que no filme anterior apenas Andy e Kyle escapam deste rótulo.
Perto do final, após o incidente com o Paintball, em um treinamento na floresta, o clima do longa muda novamente, desta vez trasnferindo a ação para um Parque de Diversões, que do nada apareceu na trama. É nítica a mudança radical de clima. Aqui é a única parte do filme que é interessante e que não soa rídiculo total. As cenas são bem feitas e o clima está legal, com luzes avermelhadas e bastante fumaça. O clímax é construído rapidamente, mas consegue divertir um pouco, com um desfecho legal, apesar de ser totalmente previsível.
"Brinquedo Assassino 3" foi o último da saga original, e afundou de vez a história do vilão. Chucky a esta altura não assustava mais, pelo contrário, tinha tornado-se o personagem principal. O público queria vê-lo em ação, como aconteceu com Freddy e Jason também. Coube a Ronny Yu dar novo fôlego a saga, com seu divertido "A Noiva de Chucky" em 1997. Este longa estreou em 30 de Agosto de 1991, tendo a pior arrecadação de todos os filmes da saga, conseguindo somar pouco mais de R$ 20 milhões em seu total.
Disparado o pior. Pra começar o salto dado na trama, de pelo menos 10 anos, mesmo este sendo lançado apenas um ano depois do segundo, é pavoroso e tira toda a essência do original que era a sensação de vermos uma criança em perigo. Os militares mais idiotas do cinema se encontram aqui.