Sacha se supera! Se o público se chocou e deu muita risada com suas loucuras em Borat, vai se surpreender com este mais novo capítulo do astro. Muito mais exagerado, excêntrico e totalmente descontrolado, o ator imprimi um verdadeiro e legítimo bombardeio de bobagens, agora com o foco no mundo das celebridades, da moda e de artistas de cinema e TV. Brüno pode ser considerado com uma grande ofensa, ou idolatrado por quem gosta de um filme debochado ao extremo que faz graça de si próprio a todo instante. É neste contexto polêmico e controverso que Sacha Baron Cohen atua em filmes que normalmente alguém não teria coragem para fazê-los.
As situações que antes eram absurdas por demais, agora já passam do controle do próprio astro, tendo em vista que seus efeitos ou mensagens por trás das lentes ultrapassam algumas barreiras que lhe pode angariar novos processos. O roteiro de Brüno abusa de situações caricatas, de exageros gráficos, e uma montagem ágil e que traz certo dinamismo ao filme, diferente do pouco movimentado Borat, mas não se engane, pois nada é brilhante, e as vezes tudo não parece ter sido feito e produzido por profissionais, tamanha infantilidade de alguns cortes e posicionamentos dos astros em cena.
Mas sem dúvidas, este filme possui momentos que fará qualquer um cair nas risadas fáceis. Um destes instantes é o momento em que se é apresentado o namorado de Brüno, chamado Diesel. É loucura demais o que vemos em tela, e isto, no inicio da projeção, já dá pista do que está por vir à frente. Outra situação pitoresca demais, mas incrivelmente divertida é a insinuação do protagonista frente ao empresário de cinema, bem como a passagem (alguns vão achar constrangedora demais) em que Brüno simula que está fazendo sexo oral. Para rir demais. O astro está brilhante, onde além de possuir trejeitos sensacionais para tudo aquilo, sua estrela brilha na hora certa, revelando todo seu talento na arte da interpretação.
Um dos problemas de Brüno é sua continuidade, levando em consideração a constante quebra de ritmo, aonde o público vai de risadas altas a momentos de puro tédio ou emoção. A edição até colabora, porém falta um ou dois personagens secundários que segurem a barra e apóiem o protagonista quando este estiver fora das lentes. Em Borat tinha o assistente do protagonista, aqui um personagem afeminado e apaixonado por Brüno tenta assumir este posto, mas falha miseravelmente, tendo em vista a fala de habilidade, além de pouco divertir quando este e mais outros não estão em companhia de Sacha, extremamente inspirado.
A investida ao mundo das celebridades americanas se mostra um fator a favor do roteiro, como a “desculpa” de adotar um menino africano, resolver os conflitos no Oriente Médio ou deixar de ser homossexual, tudo isto para alcançar a fama e sucesso de tantos outros. As referencias são divertidas, embora algumas não tenham a menor graça e soem forçadas demais (mais alguns processos ao astro, com certeza). Enfim, um filme que cumpre seu dever, em meio a alguns tropeços ao longo de sua projeção. O desfecho parodiando o evento em favor à África nos anos 80 é brilhante e fecha com chave de ouro toda esta loucura divertida. É um passeio maluco em volta de um personagem excêntrico e bem mais divertido que Borat.
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