"Não me importa que os livros que o inspirou sejam ruins (deve ser verdade, mas não os li). Também não me importa que tenha influência dos pavorosos filmes Crepúsculo (se é que tem mesmo). Mas é um bom filme erótico que sofre imenso preconceito."
Levando em consideração a grande quantidade de críticas descabidas que o filme Cinquenta Tons de Cinza recebe, acredito que ele entrará para a seleta lista de longas odiados, mas que na verdade muitos dos que criticam, adoram.
Tudo bem que a história é um tanto superficial como, aliás, é uma das características do gênero erótico que ele se enquadra, onde se dá mais destaque a imagem, ao sexo e erotismo do que a história ao redor. Entretanto, o filme não é nem de longe essa bomba que tentam infligí-lo, e existem obras muito piores - e idolatradas - por ai.
Não me importa que os livros que o inspirou sejam ruins (deve ser verdade, mas não os li). Também não me importa que tenha influência dos pavorosos filmes Crepúsculo (se é que tem mesmo). Mas é um bom filme erótico que sofre imenso preconceito.
Inclusive, não vou negar que eu mesmo assisti imaginando que ele seria forçado, talvez até constrangedor. E eu seria o primeiro a falar mal caso não me agradasse, pois sou um grande crítico do cinema comercial. Mas procuro manter a mente aberta e fazer avaliações isentas, como também sei classificar o filme conforme o seu gênero. Dessa maneira, o longa se mostra muito bem produzido, com cenas bonitas que conseguem traduzir um clima de sensualidade, mistério, sofisticação e erotismo que o enredo pedia. O ator e atriz protagonistas trabalharam bem, mostrando nuances interessantes dos personagens (Dakota Johnson tímida, carente e insegura, no entanto, nenhum pouco inocente; e Jamie Dornan bem alinhado com a figura do bonitão rico e sensual) cuja as interpretações poderiam facilmente descambar para a canastrice, o que só não aconteceu pelo talento deles e da boa escolha de elenco. Outro ponto alto é a também sensual e marcante trilha sonora. Relaciono essas virtudes para desmistificar a ideia de que a adaptação de um provável livro ruim não significa que o filme também o será, até porque, como a expressão diz, é uma ADAPTAÇÃO, não uma cópia com seus defeitos. Mas é de se reconhecer que a história ainda poderia ser melhor trabalhada. No entanto, cria o interesse suficiente para ser considerado um bom filme, pelo menos na minha opinião. Não posso negar que fiquei satisfeito.
Engraçado que não percebemos toda essa crítica negativa, inclusive de pessoas que nem o assistiram, quando outros filmes comerciais e sem nenhum conteúdo são lançados, a exemplo de Os Vingadores e Os Mercenários (apesar de pertencerem a outro gênero), que os incautos se esforçam tanto para justificar seus gostos duvidosos. Ou então, são os mesmos - inclusive críticos profissionais - que elogiam bombas eróticas como 9 1/2 Semanas de Amor; ou o repulsivo e mito criado Último Tango em Paris, um dos poucos filmes que dei nota zero na minha vida.
E a pressão negativa é tamanha que mesmo quem assistiu e gostou, se vê induzido a fingir certo descontentamento e tece observações depreciativas em razão disso. Esse tal preconceito percebo surgir de duas principais vertentes: o repúdio pelos livros que o inspiraram, e uma visão equivocada dos filmes eróticos.
Aqueles que o consideram ruim nesse gênero, deveriam assistir exemplares de 99% dos filmes eróticos que são lançados (alguns desses excrementos passam nas madrugadas do canal Telecine Action ou Max Prime) e que são infinitamente "piores" que o até inocente Cinquenta Tons de Cinza, cuja as cenas de sexo nem são das mais ousadas, apesar da temática sadomasoquista bem interessante que a história remete. A escolha por amenizar as cenas de sexo, mesmo com viés comercial para abaixar a classificação indicativa do filme para 16 anos, não deixa de ser uma opção razoável da produção, que ainda assim conservou boas dessas cenas.
O final, a princípio, não me agradou, porém depois descobri o motivo para ser daquele jeito. A razão é que o longa terá continuações, o que na minha visão artística, poderiam ser condensadas em um só filme, tornando-o mais interessante; obviamente que não para os estúdios, se é que vocês me entendem.
Sejamos francos, o Davi não escreve mal. Pelo contrário, escreve muito bem. A questão é que ele se posiciona de maneira antipática, por vezes. Agora que ele têm escrito de maneira mais extensa e elaborada sobre os filmes que opina, fica até mais fácil compreender seus pontos. Por exemplo, o texto de O Profissional dele é bom também.
Mas esse 50 Tons aí....passo longe! Filme assim tem que ser ousado, se não perde o sentido.
😏😏😏
Estrelinha de bom menino.
Também mereço estrelinha pró meu comentário do filme A Hora Mais Escura. Revi hoje e ficou muito boa.😏😏
http://www.cineplayers.com/comentario/a-hora-mais-escura/37307