Guillermo Del Toro é um cineasta incomum. Talvez, não exista um nome tão famoso e comercial como o seu na ficção científica atualmente. Isso por que o cinema que Toro faz não é apenas da exploração da ação, mas também de uma característica própria sua que fez consagrar seu nome, ou pelo menos marcar ali, que é um filme seu e não de outro diretor qualquer, como muitos de sua mesma área caíram (caso que vem acontecendo com Michael Bay).
Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013) é de pessoas que vestem roupas futurísticas à lá Tron, comandando robôs gigantes como Transformers(idem, 2007) ou aquelas grandes invenções tecnológicas malucas de Power Ranger e combatendo grandes bichos (Kaijus) que mais parecem Godzillas. Antes de mais nada, é um hino a sua situação de blockbuster, Del Toro movimenta seu filme através de grandes cenas de ação promovidas pelo embalo de faíscas que cercam na tela. Mas que ninguém se engane, existe um sensorialismo que não deixa de fora a participação do espectador em grandes lutas, pelo contrário, Toro encontra pelo meio da tecnologia utilizar suas devidas cenas de ação, que já se contornavam em Hellboy, transformando nosso olhar em terceiro plano, estamos ali, como mais uma das milhares de pessoas assistindo às lutas em um dinamismo total, que envolve o cenário em questão – no caso a Hong Kong que vira a maquete e palco para suas explosões fabricadas e influenciadas de séries e filmes de ficção científica asiáticos – para manter o envolvimento do espectador com o “ringue” de luta mais atento, algo parecido que Gigantes de Aço (Real Steel, 2011) tentou fazer.
Apesar de todos os clichês e situações mal exploradas – que tornam este um filme menor e mais convencional de Toro, contudo o mais enérgico e ciente de sua condição – É importante observar que o movimento de Pacific Rim está em sua potente ação e assume isso desde o começo, embora o envolvimento de personagens-chaves como os nerds de plantão e o ex-Hellboy(Ron Pearlman) ocupem um nível menor – justificativa que talvez, explica a decepção de muitos fãs veteranos resmunguem -, é dai que vem a essência do filme de Del Toro, malucos cientistas e militares em busca de algum ganho com a nova raça. Talvez a falta de habilidade em manejar seus temas, tenha tornado deste um filme indeciso, já que diferente de Avatar (idem, 2009) não temos um uso mais sincronizado e equilibrado do que move o diretor e sua própria identidade, o tornando não mais do que mais um filme no mercado, porém Del Toro consegue acompanhar a mesma alienação vista por Cameron em seu filme diante das espécies desconhecidas, de forma mais agitada, mais rápida, ágil e necessário. Afinal não há medo de assumir quem é; um blockbuster com trejeitos orientais.
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