Houssain Sabziam é um vendedor que vive em Teerã, e, em um encontro fortuito, decide lograr uma senhora, ao se passar por Mohsen Makhmalbaf, famoso cineasta iraniano, e seguidamente a sua família toda. Seu objetivo? Conseguir um pouco de atenção e se enveredar por um caminho diferente do que aquele que a vida lhe reservou.
O diretor ao filmar o julgamento real de Houssain, que durou muito menos que o mostrado na película, juntar a este cenas dele interrogando os personagens e ainda desvelar uma reconstrução do incidente, nos dá a oportunidade de considerar as ramificações morais daquilo que estamos presenciando. É como se ele quisesse nos dizer: Preste mais atenção, você viu algo mas perceba que há outro ponto de vista, não há senão uma verdade mais profunda que a factual.
Os personagens não são dotados de maniqueísmo, e Kuorastami é brilhante nesse ponto. Sabziam, por exemplo, não é bom e tampouco mau, é apenas um ser-humano como todos nós. Além disso vemos que há entre eles, personagens e diretor, uma paixão confessa pelo cinema e a forma como este pode abrir janelas para uma outra perspectiva, que facilite a compreensão da realidade, ou que permita uma fuga das agruras inalteráveis da vida.
Enfim, uma belíssima composição, de Abbas Kiarostami, que conseguiu mesclar realidade com ficção e nos fazer refletir sobre a necessidade das pessoas de se sentirem importantes, de se sentirem parte de um todo.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário