DIREÇÃO, ROTEIRO, ATUAÇÕES, TRILHA SONORA TODOS ESSES ASPECTOS CONDUZIDOS COM MUITA QUALIDADE FAZEM DE CLUBE DA LUTA QUASE UMA OBRA PRIMA DOS ANOS NOVENTA:
As Atuações do trio principal estão excelentes, personagens complexos e muito bem interpretados:
Helena Bonham Carter interpretando Marla Singer esta muito bem, interpreta uma mulher com tendências suicidas mais ela consegue na medida exata fazer a depressão com um pouco de humor da suposta mediocridade e tristeza de sua vida, completa o personagem de Norton em sua complexidade.
Carter tem muita presença e carisma em cena com seu andar e tom de voz do personagem.
Brad Pitt aqui em sua melhor atuação em minha humilde opinião, interpretando o insano Tyler Durden com sua filosofia de vida distorcida sobre o que realmente importa, e só pela dor e sacrificio somos algo, Pitt interpreta muito bem esse personagem insano e sem exageros o que é um mérito, pois um personagem que vive sempre no limite assim facilmente poderia cair no caricato, Mais em sua atuação ele consegue ser coerente e alguns de seus exageros em cena são propositais e ficaram bem para um personagem tão complexo.
O personagem que é livre e faz o que quer na hora que quer sem se importar com as imposições da sociedade.
Mais o melhor em cena é Edward Norton um dos atores mais talentosos de sua geração, ele interpreta o protagonista da História, um cara obsessivo com compras que sofre de insônia e não consegue encontrar uma perspectiva na vida, até certo ponto achava que estava quase sendo perfeito mais esta enganado.
Frequenta grupos de ajuda de pessoas doentes para assim se sentir mais vivo e ter um sentido, ele encontra esse sentido na subversão e filosofia distorcida do seu "amigo" Tyler Durden e ai se sente completo.
Mais essa suposta perfeição acaba saindo do controle acaba tendo consequências graves, ainda há algum bom senso em sua mente e ele percebe isso e sabe que precisa acabar com todo o caos que ele e "Durden" causaram.
A Direção de David Fincher também uma das qualidades do filme em cenas mostrando que o personagem de Norton sempre esta sonhando acordado, uma parte técnica muita bem feita que economiza nos efeitos especiais os deixando sem exageros mais muito bem empregados na hora certa.
Sem contar na direção do elenco, que Fincher extrai atuações excelentes nesse filme corajoso aonde todo o elenco se desprende de moralismos e o diretor os permite ir até o limite nas atuações.
A trilha sonora também é precisa com "Dust Brothers" e a banda "Pixies" sempre discretamente e combinando com as cenas do mundo de subversão e anti capitalismo visto no filme.
Mais tudo isso não seria tão bom se não fosse o roteiro de Jim Uhls adaptado do livro com todo o simbolismo por exemplo o sabonete que Tyler Durden vende que é uma metáfora para a limpeza da alma que todos estão sujos pelo capitalismo e mediocridade do estilo de vida americano (ou brasileiro também) aonde sempre o ideal é comprar algo melhor do que ser alguém melhor.
Também soube ter uma evolução no roteiro quando saem dos porões em que executam sua filosofia de vida peculiar, aonde se destruindo se sentem vivos e completos, já que a maioria da sociedade se sente bem cultivando a beleza a qualquer preço seja financeiro ou emocional.
E também não é tendencioso para o lado da anarquia, e mostra que o personagem precisava ter o controle de novo e que exagerar em sua ideologia acaba indo para o lado do terrorismo.
Apesar da filosofia válida que precisamos evoluir e ser melhores pessoas e não só consumidores, não se pode perder o controle e querer resolver a força e causar danos a chave sempre é o equilíbrio na vida.
E o personagem de Norton apesar de sua evidente insanidade ainda consegue ter bom senso e enxergar isso.
Por fim uma quase obra-prima apesar de não chegar a esse status, perde por pouco a alguns poucos filmes que considero obras primas.
Mais é um excelente filme muito reflexivo, o soco na mente que David Fincher desferiu foi forte e certeiro.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário