(Torn Curtain, EUA, 1966).
Diretor: Alfred Hitchcock. Elenco: Paul Newman (Michael Armstrong), Julie Andrews (Sarah Sherman), Lila Kerdrova (Condessa Kuchinska), Hans Jörg Felmy (Garhard), Ludwig Donath (Prof. Lindt), Wolfgang Kieling (Gromek), Tamara Toumanova (bailarina), David Opatoshu (Jacobi), Günter Strack (Prof. Karl), Gisela Fischer (Dra. Koska), Mort Mills (fazendeiro), Carolyn Conwell (mulher do fazendeiro), Arthur Gould-Porter (Freddy).
Um renomado cientista americano, viaja com sua assistente e noiva para participar de um congresso internacional em Copenhagen. No hotel, ela começa a desconfiar do comportamento dele. Quando ele, repentinamente, precisa fazer uma viagem, e ela descobre que ele pretende ir para a Alemanha Oriental, atravessando a “Cortina de Ferro”, por ter conseguido financiamento no país comunista, para seu projeto de desenvolvimento de um moderno míssil nuclear, já que seu país, os Estados Unidos da América, lhe tinha negado recursos. Vendo-o como um traidor, seu castelo de sonhos desaba. Porém há um complexo plano de espionagem por trás daquela história.
Contando uma história bem amarrada, com muito mistério, suspense e ação, o diretor Alfred Hitchcock realiza, aqui, o seu filme mais subestimado, considerado, por alguns críticos, seu trabalho mais fraco. Mas não é verdade. Pode não fazer parte de nenhuma das diversas listas dos dez melhores filmes do diretor, mas não fica muito afastado disso. É um absurdo, como se vê em certas relações de filmes de Hitchcock, que este seja colocado numa posição inferior a outros trabalhos seus como, por exemplo, “Sabotagem“ e “O Agente Secreto”, ambos de 1936. Quem tiver o DVD não deve deixar de assistir ao ótimo documentário sobre os bastidores do filme. Ali é feita uma excelente análise da produção, mostrando, com justiça, suas qualidades e os artifícios do diretor para tornar seu trabalho atraente para o público. Este é um excelente filme, com um enredo envolvente, que nem parece ter sido lançado quase no final de sua carreira. Destaque para a famosa cena de assassinato na fazenda, quase sempre cortada por ocasião de suas exibições pela TV. O filme tem outras cenas excelentes, como na seqüência do teatro, que lembra o epílogo de outro filme de Hitchcock, “O Homem que Sabia Demais” (1956), com James Stewart e Doris Day (também cantora). O casal de protagonistas é ótimo. Paul Newman, dispense elogios e apresentações. Está tão bem como em qualquer outro papel seu. Os melhores filmes dos quais participou foram “Butch Cassidy & Sundance Kid” (1969) e “Golpe de Mestre” (1973). Julie Andrews está mais linda do que nunca. Dois anos antes havia sido premiada com um Oscar por sua atuação em “Mary Poppins” (1964), e, no ano seguinte, se tornado mundialmente famosa por seu papel em “The Sound of Music” (1965), as duas melhores produções das quais participou. Curiosidades: 1 – A tradicional aparição do diretor em seus filmes ocorre, aqui, aos oito minutos de filme, no saguão do Hotel, sentado, segurando um bebê, ao som da música de abertura de sua série de TV “Alfred Hitchcock Apresenta” (numa homenagem do compositor ao diretor). 2 – O compositor Bernard Hermann, que já havia composto trilhas musicais para vários filmes de Hitchcock, se indispôs com o diretor por ter sua trilha composta para “Torn Curtain” rejeitada, e ser substituído pelo compositor John Addison.
A edição nacional em DVD, pela Universal Movies, traz a imagem no formato widescreen, com som Dolby Digital mono. Inclui os especiais “O Nascimento de Cortina Rasgada” e “Cenas com o Compositor Bernard Hermann”, galeria de arte (pôsteres) e trailer de cinema. 128 minutos.
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