O primeiro filme da Saga Crepúsculo chegou aos cinemas em 2008, arrastando milhares de fãs adolescentes apaixonados pelo universo vampiresco presentes nos best-sellers de Stephenie Meyer. Essa nova versão dos vampiros, apresentada pela autora conquistou o coração de milhares de fãs, mas desapontou e irritou igualmente. Com uma história bobinha, interpretações ridículas e caricatas, este filme pouco tem a oferecer como entretenimento. Funciona para quem é louco pela história e os personagens, mas não consegue ao menos divertir que está de fora deste seleto grupo infanto-juvenil.
Crepúsculo possui muitos problemas em sua estrutura, então vamos a eles, pois não são poucos, acabando por prejudicar todo o andamento e o resultado final da história deste primeiro capítulo. Vamos analisar o filme em relação ao público que não conhece os livros de Meyer. Percebi que antes da projeção alcançar seus primeiros 15 minutos de duração, os personagens centrais já estavam envolvidos de uma maneira totalmente ridícula e bastante inverossimil. Não existe ao menos um desenvolvimento prévio para começar o relacionamento de Edward e Bella.
Um personagem afirma que Edward não costuma se relacionar com ninguém, ficando mais na dele, como o restante de sua família. Mas o problema é que justamente depois disso, o vampirão passar a “perseguir” a moça pra cima e pra baixo. Será amor a primeira vista? A personagem Bella também transmite essa mesma sensação, onde tudo neste filme parece acontecer rápido demais, como se o grande público que não conhece o filme tivesse a obrigação de conhecer a fundo a relação dos personagens. Fica claro que o filme é para os fãs, aqueles que leram os livros e dão a vida pelo vampiro Edward, excluindo totalmente os demais.
Deixando a relação superficial de lado, vamos analisar um pouco as interpretações, que são sem dúvida, um dos maiores focos das reclamações. Edward é vivido por Robert Pattinson, a essencia das reclamações. O astro não possui expressões alguma, não move um músculo do rosto durante o filme todo. Quando está nervoso ou feliz, parece sempre a mesma coisa, devido a sua grande falta de capacidade de atuar. Quando Bella se encontra em grande perigo, perto do final do filme, chega ao ápice toda sua canastrice à frente das câmeras, onde em uma cena de tensão atenuada, o mesmo mantém as mesmas expressões, como se nada tivesse acontecido.
Kristen Stewart se destaca mais de que Pattinson em Crepúsculo. Mesmo não mostrando todo o seu talento, guarda bons momentos e atua de forma suave e bem mais convicente que Pattinson, que parece necessitar sempre estar mostrando um olhar sexy para as câmeras, mesmo nas situações mais inusitadas. Mas mesmo assim, a jovem atriz não vai mais além, entregando uma personagem morna e sem sal, salvando alguns momentos, ao lado do vampiro.
O clima de Crepúsculo é atraente, se mostrando o único destaque desta adaptação cafona. A história se passa na cidadezinha de Forks, onde ora neva e ora faz sol. Algumas passagens pelas belas paisagens do local deixam o filme mais belo de se ver. Algumas sequências nas montanhas são realmente admiráveis, porém pena que o interesse da trama não seja igual ao interesse visual. Com certeza, uma das maiores reclamações de fãs e críticas recebidas, se devem aos péssimos efeitos visuais empregados no longa.
A série de TV Supernatural da Warner, que é exibida nos EUA, possui melhores efeitos visuais do que estes que foram apresentados aqui. Chega a ser constrangedor ver Edward demonstrando toda sua força para sua amada, em uma sequência que parece ter sido feita por crianças. Ver Edward pulando pra lá e pra cá, correndo com Bella pela floresta, arremeçando pedaços de árvore e mais um pouco, chega a dar vergonha, se tratando de um filme tão famoso, bastante popular entre os jovens. As lutas são mais ridículas ainda, o que tira qualquer sensação de tensão em tela.
Agora pasmem! O principal defeito desta Saga todos já sabem, é a mudança radical proporcionada por Meyer em relação à mitologia dos Vampiros. Aqueles seres maléficos, imortalizados pelo Conde Drácula (principalmente aquele interpretado por Bela Lugosi), tudo é jogado pela janela e transformado afim de conquistar um público jovem. Aqui eles não chupam sangue, não saem a noite para caçar, não dormem em caixões e não possuem aversão nenhuma com crucíficios.
No universo de Crepúsculo os vampiros são jovens bonitos, ricos e descolados. Todos os que aparecem nete filme parecem ter saído de passarelas, afundando de vez todo aquele figurino mágico e único dos vampiros, vestindo seus sobretudos misteriosos e capas pretas. Além do mais, os vampiros da nova geração brilham ao serem expostos ao sol, com uma explosão de cores douradas por cima de sua pele. Antigamente, vampiros que davam as caras à luz do dia torravam em agonia. Bons tempos aqueles....
Enfim, Crepúsculo é o primeiro capítulo desta saga, que promete arrecadar bastante levando milhares de fãs aos cinemas. O problema deste primeiro capítulo é não fazer jus ao grandioso sucesso obtido através dos livros de Meyer. Muitos dizem que a qualidade dos filmes aumentam ao longo dos capítulos, o que não posso afirmar pois ainda não vi os demais, mas faço questão de deixar aqui minha torcida para que façam filmes melhores que este, para ilustrarem melhor o fenômeno que é esta saga. Arrecadando R$ 384 milhões de dólares, este exemplar inicia comercialmente com o pé direito a Saga, pois se tratando da qualidade do produto...
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