EXPECTATIVAS FRUSTRADAS
Sim, eu confesso: sou fascinado por histórias de crimes, serial killers, investigações e essas coisas todas. Não por acaso o Discovery ID é um dos meus canais de TV favoritos e o Dr. Hannibal Lecter um dos personagens que mais atraiu-me para o cinema. Assim sendo, qual não foi minha decepção ao assistir Dahmer - Mente Assassina (Dahmer, 2002)? Como nós dizemos aqui no Rs: Bah...!!!
Para quem não sabe, Jeffrey Dahmer assassinou 17 homens e garotos entre 1978 e 1991, envolvendo estupro, necrofilia e canibalismo, tornando-se um dos maiores e mais famosos serial killers de todos os tempos. Em 1992 foi condenado por 15 desses assassinatos e em 1994 foi espancado na prisão até a morte por outro prisioneiro, Christopher Scarver.
Muito mal dirigido por David Jacobson, o filme se mostra apressado em contar a história e covarde ao finalmente fazê-lo, principalmente ao abordar os distúrbios sexuais de Dahmer e o modo como Dahmer aborda e conquista suas vítimas. E embora Jeremy Renner não seja mau ator (mas também nenhuma maravilha, necessitando sempre de um bom - ou pelo menos competente - diretor no comando, algo que definitivamente Jacobson não é), o roteiro não colabora, sendo preguiçoso e simplista até dizer chega. Fala sério: um cara estranho, com a maior cara de psicopata, chega e se oferece para te comprar um tênis e diz que em troca só quer que você deixe ele tirar umas fotos suas e ainda te oferece uma bebida. Você aceitaria? Bem, se alguém aceitou assim tão facilmente como no filme, pediu pra morrer. Me desculpem.
O filme não tem tensão nem atmosfera alguma e nem mesmo os flashbacks que contam um pouco mais da vida pessoal e do passado de Jeffrey Dahmer conseguem prender nossa atenção, tornando o relativamente curto filme em uma experiência cansativa e entediante, sem despertar maiores interesses no espectador. Com uma história tão rica para contar, o roteiro optou por uma abordagem rasa e pueril, fazendo de Dahmer um criminosinho qualquer de filmes produzidos para a TV. A passagem em que Dahmer faz suas primeiras vítimas na boate, por exemplo, é de uma superficialidade absurda, acumulando cenas sobre cenas de maneira covarde e sem qualquer objetividade. Faltou mesmo foi uma mão mais apta, experiente e até mesmo pesada na condução da obra.
Não há muito mais o que dizer sendo que o próprio filme não soube dizer nada à respeito de si mesmo ou da história macabra de Jeffrey Damer. Trocando em miúdos: o Dahmer do cinema não dá medo. Dá sono.
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