"Wow, é uma casa muito grande, mas há só dois de vocês aqui. Parece que estúdio não teve diheiro suficiente para outros E-Men no filme."
Deadpool é um paradoxo em forma de filme em quase todas as direções que se olha. Numa época em que ser mal recebido nas bilheterias te joga no limbo de qualquer estúdio, a produção encontrou através de um vídeo viral a chance de ver a luz do dia após o fracasso do personagem como coadjuvante em X-Men Origens: Wolverine. Enquanto os filmes de super-heróis se dividem entre a seriedade por vezes excessiva da Warner/DC e a irreverência controlada da Marvel, o filme de Tim Miller toca o foda-se e investe em piadas de todo o tipo, sem se preocupar com uma audiência mais sensível. Avacalha com os filmes de super-heróis ao mesmo tempo que os abraça e se assume relutante como um. E, infelizmente, mesmo possuindo tudo para ser memorável, é fácil esquecer muito do filme minutos após a sessão, uma experiência divertida, mas que soa vazia, você sabe que gostou, mas nem lembra direito o porquê.
Ryan Reynolds claramente se diverte defendendo novamente o papel-titulo e faz de tudo para se redimir do filme do Wolverine e de seu Lanterna Verde, o que é ótimo, já que tudo que não poderíamos querer na história do mercenário tagarela era algo similar ao filme estrelado por Hugh Jackman. Ele é Wade Wilson, ex-oficial das Forças Especiais que trabalha como mercenário até que descobre um câncer terminal que logo o matará. Apaixonado por Vanessa (a bela brasileira Morena Baccarin), sua namorada, o sujeito decide se afastar para não fazê-la sofrer decide se oferecer para um experimento que irá curá-lo e lhe dar poderes de um super-herói. Claro que as coisas não saem muito certo: o experimento lhe cura, torna-o imortal com uma mutação de cura extremamente poderosa, mas também lhe deixa completamente desfigurado, o que lhe faz sair à caça do responsável por isso, o vilão Ajax/Francis (Ed Skrein).
O filme não se leva a sério e acaba traduzindo para a telona fielmente seu protagonista desde os créditos iniciais, que brinca com os clichês de filmes de super-herói e dão o tom da narrativa. É piada com os filmes do próprio estúdio - os X-Men e sua linha do tempo bagunçada são os favoritos, claro -, da concorrência - o filme e Reynolds não perdem a chance de zoar Lanterna Verde e aquele uniforme estranho - e com o próprio filme do Deadpool, óbvio, já que o personagem não perde a chance de rir de si mesmo, seja quebrando a quarta parede e interagindo com o público ou através de uma montagem sensacional que traz o casal protagonista e suas transas temáticas ao longo de um ano - natal, halloween, etc. e que ao chegar no dia da mulher provavelmente vai arrancar as risadas mais entusiasmadas do público.
E essa veia cômica é o que de melhor o filme possui, porque quando precisa investir nos momentos típicos dos filmes de super-heróis a coisa toda acaba caindo em lugares comuns que só são interrompidos quando o humor volta. E nisso não ajuda nada o fato do vilão ser tão genérico que é difícil de lembrar seu rosto ao fim da sessão ou os efeitos serem quase amadores algo que se fosse assumido como intencional seria até interessante, mas ao não ser se torna um incômodo desnecessário - sério, a cobertura metálica do Colossus (Andre Tricoteux) ou as explosões vistas no fim incomodam mesmo. Por outro lado, é difícil não admirar um filme em que o protagonista interrompe um discurso sobre os momentos que tornam um herói, bem, um herói, para assassinar a sangue frio o vilão com uma arma.
Deadpool joga para a torcida e assim permite um dos melhores momentos da carreira de Ryan Reynolds, um bom ator que se envolve em mais projetos ruins do que deveria (filmes como Férias Frustradas de Verão e Três Vezes Amor trazem o ator bem melhor do que pode se esperar em um primeiro momento) e que aqui recebe aquela que talvez fosse sua última chance de protagonizar um blockbuster e a aproveita - surpreende que o ator tenha papéis importantes em Blade Trinity e X-Men Origens: Wolverine e protagonize Lanterna Verde e não tenha tido êxito em nenhum deles -, só precisa aguardar as continuações - mais uma coisa que rende um momento inspirado de zoação para o filme, já após os créditos finais -, crossovers e etc. e contar os milhões que vão cair na sua conta. E ainda que Deadpool fique devendo em vários aspectos ao trazer um confronto final genérico e perca com o tempo parte de seu impacto inicial com o passar do tempo após a sessão já que muitas das piadas acabam sendo esquecidas tão logo rimos delas - não a participação de Hugh Jackman, essa é difícil esquecer, admito -, é preciso admitir que esse filme de origem deixa bem claro que podemos esperar bem mais das futuras aventuras do mercenário tagarela na telona.
Tá me chamando de corno?
hahahaha atrasou até a Netflix esse mês, foda... 🙄
Eu chamo ninguém de corno não, mano. O teto da tua casa que deve tá te chamando u.u
Os cara reclama: eu nem din pra netflix tenho, muito menos pra atrasar hahahaha