“A Lei é toda poderosa e constante, mas o que pode ser feito quando o perdão é maior que a Lei?” (B. Tosia)
O filme é uma releitura de ‘Doze Homens e Uma Sentença’ (12 angry men), de 1957. Abstraiam esse outro, ou qualquer um que traga um corpo de júri para dar a sentença final a um preso. Até porque verão nesse ‘Doze Jurados e Uma Sentença”, de Nikita Mikhalkov, uma Rússia mais atual. No que sobrou após as divisões territoriais, e mais, no que ficou de sentimento pela pátria em cada um deles. Além da real condição material desse povo. Também verão a guerra que não chega até nós. Não apenas por ser a História sendo escrita, mas porque muitas das guerras civis não interessam a grande mídia. Nem as da Rússia, pois hoje não é mais poderosa. Porque se essas guerras não forem em locais onde jorra petróleo, por exemplo, elas só terão um espaço pequenino, em pouquíssimas mídias.
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Entrando no filme… Um jovem checheno é acusado de ter assassinado o seu padastro, um oficial russo. Após toda as leituras dos autos, ouvido as testemunhas, a juíza dá uma sentença aos jurados: de que teriam que ser unânimes na sentença final. Ou doze votos dizendo que ele é culpado, ou doze como não-culpado.
Assim, os doze homens são levados para um ginásio de uma escola; já que parte do Tribunal está em obras. Ainda ao entardecer, estão convictos que todos irão votar em uníssono, e com isso sair logo dali. Então, sentados no meio daquela quadra de esportes partem logo para a votação. Querendo voltar aos seus afazeres; aos seus compromissos. Cumprindo logo aquela obrigação cívil.
Até que um deles vota em contrário aos demais. Mesmo perplexos, mesmo diante de fracos argumentos, não o convence. Então começa uma longa jornada noite adentro. Onde conheceremos todos eles. Ali estão: um taxista, um cirurgião, um físico, um coveiro, um professor, um engenheiro, um ex-militar, um artista, um condutor de trem, um diretor de reality show, um músico… Neles, ou melhor, por eles teremos de tudo: segregação étnica, religiosa; preconceitos ao status quo alcançados por alguns; raiva, frustração, tristeza… tudo vem à tona. Na tentativa de que todos cheguem a um só veredito.
O filme é longo, já aviso. Agora, é excelente! De nos manter atentos até o final. Pois repetindo o que citei no início, temos nele uma radiografia da sociedade russa de hoje. Não deixem de ver. Nota 10.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
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