ARTE E AMOR
Nos musicais é comum ver a presença da felicidade em qualquer momento, seja ela bem-vinda ou não ela está sempre ali. E realmente é disso que muitos musicais famosos, consagrados e adorados conseguem para conquistar o público, dar a mão à plateia e pedir à ela para dançar. Mas é também difícil dizer se há algum representante dos musicais e do próprio cinema em si que consiga misturar tanta doçura e essência artística nas suas danças divididas na tristeza e na felicidade, sem decair, sem deixar um passo escorregar e levar à queda do palco. Pois é, esse representante e quebrador de tabu do cinema existe, e vive na França, mas especificamente em Rochefort.
Na simpática cidade de Rochefort, vivem as irmãs Delphine(Catherine Deneuve) e Solange(Françoise Dorléac), irmãs gêmeas que servem para representar a imensa diferença que se existe na semelhança. Um evento de dança e alegria chega à cidade em poucos dias e enquanto isso uma força amorosa persegue às duas, por que à uma força que nos puxa e faz nós criarmos e produzirmos grandes esforços em busca disso. Maxence(Jacques Perrin) é explorador, é pensador, é soldado mas principalmente é um homem à procura de um ideal feminino, igual à todos os outros homens do mundo, só que este caça este com todas as suas forças. Nesse meio, somos encaixado pela força da arte, por que à um meio incomum, surreal que liga seja pela atração ou pelo mesmo interesse, a reunião de todos esses segmentos da arte, a pintura no caso de Maxence e a música no caso de Delphine.
Não apenas aí, para poder explicar o título nacional, Duas Garotas Românticas(Les Demoiselles de Rochefort, 1967), trás também o amor à Solange que por vez é uma apaixonada por um compositor americano, Andy Miller(Gene Kelly). Dado à história aprofundamos na tristeza e chatice do dia a dia e nisto os nossos personagens vão se divertindo e cantando com a maior naturalidade, por que, aqui nada é deixado para fora, a mistura rítmica de cores até aos momentos mais dolorosos e esperançosos do amor, que relembram a angústia tão forte de filmes como No Silêncio da Noite(In a Lonely Place, 1950) e trazem para nós toda a arte monumental francesa com a adorável performance e jeito inesquecível americano, onde o transmissor responsável se dá a Gene Kelly, que por si só já explica tal consagração cinematográfica.
As gêmeas interceptadas por Jacques Demy são adoráveis, símbolos da procura esperançosa de um amor existente, por que sonhos existem e realidades são apenas as transmissoras delas que por sua vez, atinge à uma demanda enorme de pedidos. É no uso simbólico que Jacques consegue transmitir a paixão através da arte, por que é uma ponte que se liga, é a liberdade que por si só é uma das maiores palavras e das mais procuradas desde meados do começo do mundo, que são atingidas. Desde O Demônio das Onze Horas(Pierrot Le Fou, 1965) temos a ligação gordadiana que persegue tudo isso e o ritmo maluco e inteligente de uma volta à um passado, até então sendo esquecido por causa e devido à guerras, que é os dolorosos anos pós-guerra de 1945 à uma amargura que não se sabia em que ano iria acabar.
Mas é a magia e a veracidade do amor na arte, por que, sim, é ela a toda poderosa e ligadora de um tanto de coisas que faz tanta gente ficar em pé e feliz com a vida. É o uso da simplicidade e do encantamento maravilhoso dos musicais em uma performance extraordinária que na verdade fica de lado se pensado no que realmente faz a película crescer, que é a maravilhosa transformação e metamorfose que a linguagem, das duas garotas professoras de uma arte maravilhosa que é a música e a dança, da felicidade, da infelicidade e da arte salvadora, a heroína. Por que se tratando de musicais, com esse cantamos, dançamos e celebramos a arte em uma quebra de tabu, pois não são todos os filmes que realmente conseguem se equilibrar e mostrar realmente o amor tanto na arte e na vida, o que por si só pode ser considerado uma tarefa impossível, mas também mostrar o amor como tantas faces, sabemos que a arte é o amor, mas muitos não sabem que ela não fica apenas no elemento da felicidade e na tristeza, é subjetivo, é para todos, é o destino, é a arte como disse tantas e tantas vezes em linguagens maravilhosas até por Orson Welles em Verdades e Mentiras(Verites et Mensonges, 1973), por que o amor não é perfeito e talvez nunca poderá ser encontrado, mas é através das pinturas, dos quadros de até mesmo Picasso, Matisse e tantos outros, na música de Beethoven, Mozart e no cinema de Godard, Nicholas Ray e Jacques Demy.
Escrito por, Ricardo do Nascimento Bello e Silva
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