Uma das grandes surpresas do ano, Enterrado Vivo consegue provocar um clima tenso como poucos filmes deste ano conseguiram. Com um enredo simples, o filme vem com uma proposta inovadora e ousada recebendo boas críticas e tem deixado muitos espectadores atordoados. O filme tem nada mais, nada menos que um ator, e um minúsculo cenário, uma caixão pra ser mais preciso. Sua história gira em torno de um civíl, interpretado por Ryan Reynolds, que é sequestrado no Iraque e acorda enterrado no deserto, dentro de um caixão, possuindo apenas uma faca e um telefone celular para se salvar. A luz não pode apagar, a bateria do celular não pode acabar, e ele tem apenas algumas horas para se ver livre dali. Prepare-se para ficar incomodado com a iluminação e o espaço claustrofóbico do filme.
Assim sendo, Enterrado Vivo é um filme difícil assistir, não por ser chato, mas por proporcionar emoções inimagináveis. O filme proporciona emoções distintas que vão desde o medo, agonia e a falta de ar e essa experiência será levada contigo por um bom tempo. Isso se todas essas coisas funcionarem com você. É cinema sensorial e emocional, o filme vai funcionar com quem se envolver com ele. Já outros, podem achar um puro tédio. As situações que o personagem vai enfrentando, nos deixa ligados até o final. Com um bom roteiro, que consegue sustentar os 95 minutos de duração sem deixar o filme chato e ter queda de ritmo. Fantástico. Ficamos preso durante todo o filme, esperando e torcendo. O filme tem uma facilidade notória de fazer o espectador se interessar pela situação do personagem. Assim como ele se enfurece, se irrita, ou se desespera com sua situação, nós aqui, vivemos tudo isso com ele, graças a boa e contida atuação de Ryan Reynolds. Quando ele é desacreditado pelos telefonistas, ou quando estes não dão a mínima para sua situação, ou quando o governo pouco se importa com um de seus servidores. É de indignar qualquer um.
Infelizmente o filme passou quase desperpecebido nos cinemas mundiais, o que não chegou a 20 milhões em bilheterias sendo apenas 1 milhão nos EUA, mas o trabalho de Cortés veio recebendo elogios por onde passava chegando a ter 86% da aprovação dos Crítcos do Site Rotten Tomatoes além de a atuação Ryan Reynolds ser indicada ao Saturn Award.No Brasil o filme foi visto por apenas pouco mais de 40 mil pessoas devido à má distribuição das produtoras para os cinemas nacionais.
A estréia do diretor Rodrigo Cortés em longas-metragens é mais que satisfatória. E enquanto existir diretores competentes que não se rebaixam em nos apresentar sempre a mesma coisa, os mesmos sustos, as mesmas experiências, o cinema sensorial e emocional nunca estará perdido. Uma proposta ousada, por levantar um debate e uma crítica ao Governo dos Estados Unidos e a importância dos Civis para eles, além de debates sobre a competência das empresas de Telefonia. Enterrado Vivo é um filme diferente, inovador, tenso e uma grande surpresa. Ao levantar os créditos finais, é como respirar ar puro, imediatamente você vai querer ascender as luzes e tomar alguma coisa.
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