Meu otimismo não foi o bastante.
E eu que pensava que as bombas infantis nacionais eram feitas só pela Xuxa e a Turma do Didi. Numa mistura de Sítio do Pica-pau Amarelo, O Castelo Rá-tim-bum e Simão - O Fantasma Trapalhão, o filme consegue se estabelecer entre os piores filmes exibidos neste ano. Um tentativa um tanto inocente e ousada de criar um representante dos filmes infantis da atualidade, feitos aqui no Brasil e que não fosse as obras Xuxa e sua turma. E devido àquele certo preconceito com o Cinema Nacional, de que só sabem fazer filmes sobre favela, Vulgaridade, Biografias inúteis, e filmes de programas humorísticos, obviamente quando fazem algum filme infantil que não tenha a Xuxa, o Didi ou a Angélica, já é uma novidade e tanto e desperta a esperança dos espectadores.
Pois bem, Eu e Meu Guarda-Chuva se mostra decepcionante, e não corresponde a nenhuma dessas espectativas. Todas as baboseiras e fragilidades dos filmes da Xuxa foram reciclados nesse filme. Pra começar, o roteiro parece mais aquela velha história das crianças que são prisioneiras dos fantasmas, que existem através de lendas, misturada com aquele velho clichê sobre o que seria sonho e realidade. As três crianças, Eugênio, Frida e Cebola são os aventureiros da história. Na última noite de férias, embarcam em uma aventura mágica ao visitar sua nova escola. Quando Frida é capturada pelo fantasma do Barão Von Staffen, Eugênio e Cebola começam uma missão de resgate.
Em meio a toda essa aventura o que não vai faltar é clichê, diálogos pobres, atuações horrendas, e piadas que abusam até mesmo da inteligência das crianças. A impressão que dá, é de estarmos assistindo a mais um programa especial infantil de fim de ano, daqueles que são exibidos na Rede Globo. Os atores que interpretam as crianças não ajudaram em nada. A construção de seus personagens é tão fraca que não desperta nenhum interesse no espectador. Um (Eugênio) é apaixonado pela Frida, e carrega um amor muito infantilizado, que nem mesmo crianças de 6 anos teria, aponto de se iludir pensando que estaria junto com ela no mesmo sonho. E para piorar mais ainda, os diálogos não fluem corretamente e quando são usados, parece que o ator está lendo a folha do roteiro na mão, com aquelas frases de efeito, principalmente na cena em que o casal está olhando as estrelas.
E para complementar ainda mais o elenco de personagens, temos o nosso amigo Cebola e a sua incessante Dor de Barriga, que possui as piores piadas do filme. Ou então o personagem Eugênio com seu inseparável Guarda-Chuva, que é usado até mesmo com gancho para escalar um muro (!!). É...o Guarda-Chuva também é um personagem importantíssimo, afinal de contas, as crianças passaram cerca de 20 minutos do filme, numa busca incessante por ele (!!). E nessa busca, temos outra sensação, mas desta vez é a de que estamos assistindo As Crônicas de Nárnia, onde as crianças viajam para outro lugar do mundo e num incrível atravessar de parede, lá estão as elas de volta.
Não existe uma cena sequer que seja digna de lembrança. Nem mesmo a cena com o fantasma na sala de aula. As crianças aparentam ter um medo gigante do fantasma, mas quando estão frente a ele, são capazes até mesmo de fazer piadinhas. E o que ofusta tamanho absurdo é a boa atuação de Daniel Dantas, que segura bem as pontas e apresenta um personagem rabugento e maldoso, sem ser muito infantil. Ao término da sessão, mais uma vez vem a insatisfação com o profissionalismo dos cineastas brasileiros. De Ousadia, não podemos dizer que eles não tem, mas sempre se rebaixam em criar as mesmas obras, com os mesmo diálogos pobres, com as mesmas piadinhas e com o mesmo tom infantilizado, sem trazer nenhuma novidade. Uma pena!
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