Ir ao cinema para assistir uma animação com o selo Disney já foi uma experiência extasiante. Quem não se encantou com "Branca de Neve e os sete anões", "Alice no país das maravilhas", "A pequena sereia", "O Rei Leão", "O corcunda de Notre Dame", "Monstros S.A.", "Procurando Nemo", "Wall E" e muitas outras histórias que embalaram alguma fase de nossa vida que atire a primeira pedra! (a minha continua aqui no meu bolso).
Todos já fomos encantados pela poderosa varinha de condão de Sininho alguma vez, mas parece que a varinha da pobre fada vem perdendo seu poder ultimamente.
Sorte de Walter Elias, que já não está mais entre nós para testemunhar a vergonhosa fase pelo que vem passando as produções financiadas pelo império que leva seu sobrenome. Mas nós estamos aqui, prontos para sermos envergonhados numa sala de cinema.
Você pode me dizer que "Wall E", "Procurando Nemo" e "Monstros S.A." dentre outros, são produções recentes da Disney e não são nenhuma vergonha. Concordo plenamente, são verdadeiras obras primas. Mas preste atenção. Todas estas recentes obras primas levam o selo Pixar junto ao selo Disney. Sem a Pixar a Disney produziu recentemente "Bolt - Supercão", e concorde comigo que este está a anos-luz de ser uma obra prima.
O fato é que o problema está na Disney e a prova disso é este recente "Força G".
Junte um bando de porquinhos da índia que falam até com humanos, isso, tudo bem Dr. Dolittle. Mais um roteiro atropelado que sequer justifica as cenas de ação da tela, porque acredite, "Força G" é uma animação de ação e, humm..., piadas que não funcionam, porque convenhamos, aqueles porquinhos da índia não possuem nenhum timing cômico.
Bom, no fim o que temos é mais um desastre Hollywoodiano.
"Força G" é mais um daqueles filmes feitos só para as salas de exibição com tecnologia 3D. Digo 'só' porque se você assistir este filme em uma sala com projeção normal notará o que eu notei: uma fotografia que incomoda pelos closes, cortes de cena abruptos e a todo instante, movimentos de câmera super estranhos que provam que o filme apenas quer usufruir ao máximo de todos os recursos que uma sala 3D pode oferecer, desrespeitando qualquer bom gosto e bom senso. Acredite, a fotografia de "Força G" é um estupro aos olhos. É a narrativa em detrimento pela estética.
Os diálogos do filme são um capítulo a parte. O roteiro abusa daquele tipo de piada que estamos estafados de ouvir. Elas até funcionariam se viessem em momentos oportunos da história e nos pegassem de surpresa, mas elas não nos pegam. O roteiro é tão previsível que chegamos a ânsiar para que o personagem solte a piada de uma vez por todas e nos livremos logo disso. Talvez isso seja uma falha da dublagem, não sei. Só sei que piada nenhuma funciona durante os 88 minutos de exibição.
Olha, não se assute se você notar um objeto loiro andando pelo cenário na primeira parte do filme. Eu mesmo cheguei a pensar que aquela pessoa fosse um funcionário que escapou e acabou, acidentalmente, aparecendo na película. Meu susto foi maior quando a loira abriu a boca, porque acreditem meus caros, Kelli Garder interpreta uma personagem neste filme chamada Marcie. Bom, já imaginem que seu papel é tão bem aproveitado quanto o de um abajur no cenário.
Este descaso com o desenvolvimento dos personagens é outra grande falha de "Força G". É impossível sentir alguma empatia pelas estrelas do filme, os porquinhos da índia e a toupeira, algo essencial para que um filme desta categoria deslanche.
As atuações também não contribuem em momento algum. O que temos em "Força G" são meio-atuações.
"Força G" é tão ridículo e previsível, que no final do filme me peguei rindo do tamanho da besteira que estava se passando na tela a minha frente.
Ainda assim, acredito que qualquer pessoa que tenha uma idade mental inferior a 5 anos será capaz de aproveitar alguma coisa do filme. Deixo uma dica: se você for levar seus filhos, sobrinhos ou primos para assistir "Força G" vista um relógio de pulso, senão você vai se pegar olhando para o próprio pulso nu a todo instante contando os minutos restantes para o filme acabar.
Pra não dizer que tudo no filme é um desastre, as duas músicas de Black Eyed Peas, "I gotta feeling" e "Boom boom pow" surgem em ótimos momentos na película e alavancam algumas cenas de aventura estreladas pelos porquinhos da índia.
Por fim, "Força G" repete uma fórmula exaustivamente usada por Hollywood: Personagens com super poderes que possuem uma missão para cumprir e, ao final, a missão é realizada com sucesso e todos acabam felizes, mas com uma diferença: O filme consegue estragar a fórmula, ou seja, acaba não sendo nem o 'mais do mesmo'.
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