O filme de Richard Attenborough, distribuído pela Columbia Pictures, retrata a vida de Gandhi desde a sua juventude, quando ainda era apenas um advogado - isso mesmo, Gandhi era formado em advocacia, conhecia bem os direitos e seguiu a ideologia dos direitos iguais - direitos que todos nós merecemos. O filme tem duração de 188 minutos mas passam voando devido a extraordinária história com belas passagens da vida de Gandhi em uma bela fotografia para um filme produzido no ano de 1982. A maquiagem usada pelo protagonista Ben Kingsley foi excelente, apesar de já possuir um traço semelhante ao de Mohandas K. Gandhi. Os personagens que cercavam o protagonista também são bem parecidos com os que cercavam Gandhi na vida real, provando uma minuciosa pesquisa da equipe de produção do diretor Richard Attenborough...
Um filme que inspira, que mostra a luta pacífica de um homem que enxergou além do seu tempo e teve o “despertar de sua consciência social”, de sua visão humanista e universalizante, usando para isso somente a sua voz e a sua inteligência levando um sopro de esperança para todos. E também isso, Richard Attenborough conseguiu traduzir no seu longa. Mas pode se tratar dos anos 80 e da história de um líder, que embora agrade a muitos, não era tido como rentável aos olhos Hollywoodanos o longa teve dificuldades de produção sendo esta ficando a cargo de Joseph E. Levine que em troca exigiu que o diretor Richard Attenborough, após a conclusão do filme, ainda dirigisse mais dois longas.
A imagem de Gandhi é perfeita, e graças à equipe de produção, e maquiagem, transformaram um inglês em um típico indiano. Além disso, a atuação de Ben Kingsley está primorosa, tendo passagens onde o espectador pode chegar a esquecer que ali não está Gandhi em pessoa. Um fato interessante foi que o ator ficou tão parecido com Gandhi, que alguns indianos acharam que ele seria o fantasma dele. Por ser advogado formado, Gandhi sabia muito bem os limites de suas atitudes e, por conseqüência, que punições ele poderia ou não sofrer. Desta forma, quando inicia a queima dos bilhetes na frente de soldados britânicos, ele sabia exatamente onde estava pisando e que tipo de reação geraria. Sua prisão causou revolta nos indianos presentes na África do Sul, que certamente contariam o feito para outros, e desta forma chamariam a atenção que ele precisava para iniciar sua revolução. A opressão britânica na África do Sul despertou em Gandhi o sentimento de lutar contra a tirania. Só que ele o fez da melhor e mais humana maneira possível, o pacifismo. Mas como enfrentar um império poderoso e violento de forma pacífica? A resposta é dada ao longo de toda a projeção, em cada frase (“Olho por olho deixará o mundo cego” é só um exemplo) e em cada atitude dele.
Algumas pessoas podem achar o filme “parado”, com muitos diálogos, e “pouco colorido”, mas é exatamente essa atmosfera que os produtores e o diretor quiseram passar. Retratando um tempo de adversidades, e mostrando um povo que sofria, mas que teve um líder que pela força da palavra “coloriu” a vida de tantos. Um filme que inspira, que mostra a luta pacífica de um homem que enxergou além do seu tempo e teve o “despertar de sua consciência social”, de sua visão humanista e universalizante, usando para isso somente a sua voz e a sua inteligência, levando um sopro de esperança para todos. E também isso, Richard Attenborough conseguiu traduzir no seu longa. Por tamanha grandiosidade e verdade, o longa recebeu inúmeras indicações a vários prêmios, incluindo 5 prêmios Globo de Ouro, 5 prêmios Bafta, e um prêmio Grammy. No Oscar, “Gandhi” foi indicado a 11 estatuetas, sendo vencedor em 8 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Richard Attenborough), Melhor Ator (Ben Kingsley), Melhor Roteiro Original, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino
Melhor Edição.
Albert Einstein disse que “gerações futuras não acreditariam que alguém assim como Gandhi, de carne osso, tenha vivido neste mundo”. E no mundo em que vivemos hoje, é realmente difícil acreditar. Nas palavras de Meerabahen: “Ele mostrou ao mundo como sair da loucura. Só que ele não viu isso. Nem o mundo viu”. A maravilhosa história do homem que combateu a violência e a opressão com a paz não precisava de mais nada para ser atraente. Mas nem por isso Attenborough e seu competente elenco fizeram um trabalho qualquer. O resultado final é um filme grandioso, lindo e marcante. Não tanto como o próprio Gandhi, o que não é nenhum demérito. Acredito que ao lado de Francisco Xavier, uma das melhores e mais puras pessoas que passaram por esse mundo...
Uma das melhores caracterizações que já vi. Kingsley transformou-se em Gandhi neste filme!!!!
A história de Gandhi é grandiosa demais Cristian...
Ao lado de Francisco Xavier, talvez uma das maiores e melhores pessoas que existiu...
Eu gosto muito de outras duas outras personalidades (curiosamente interpretadas pelo mesmo ator) que tiveram suas vidas retratadas nas telonas em dois grandes filmes, embora melodramáticos demais: John Nash (Uma Mente Brilhante) e Jim Braddock (Cinderalla Man).
Coincidentemente ambos interpretados por Russel Crowe... 😁