"Alguns filmes nós assistimos, outros nós sentimos" - slogan de Gente Como a Gente.
Depois de ter visto "Touro Indomável" eu fui checar a página do Oscar dos Cineplayers, mas para minha surpresa o vencedor do Oscar de melhor filme era Gente Como a Gente, isso me deixou curioso e então fui atrás do filme e agora posso dizer o que eu vi nesse filme.
Robert Redford começou sua carreira atuando, mas no fim dos anos 70 ele decidiu dirigir um filme e esse filme foi Gente Como a Gente que deu o início ao estilo de drama familiar.
A história é sobre uma família que perde seu filho mais velho causando um impacto muito grande sobre a família, pois o irmão mais novo estava presente quando seu irmão morreu, e se culpa por sua morte, após sua tentativa se suicídio ele passa por tratamentos psiquiátricos em um hospital, mas ele não conseguiu superar a morte do irmão e começa a ter problemas de relacionamento com sua mãe e pai.
A história é vista hoje como um clichê. Mas esse daqui possui sua originalidade, pois expõe o problema de cada personagem de forma que o público entenda que não é uma história vazia com personagens sem sentimentos e isso um ponto muito bom do filme que é original até o fim, aliás o seu final é bastante interessante por tocar a segunda parte de cada personagem e despertar o que eles haviam esquecido.
É claro que para criar um drama familiar com personagens vivos e ativos, uma tarefa muito difícil é encaixar atores que estejam preparados para tal desafio. E no elenco contamos com Donald Sutherland, Mary Tyler Moore e Timothy Hutton nos elenco protagonista. Donald Sutherland vive Calvin que depois de perder seu filho mais velho acaba sentindo que sua família começa a se separar em dois lados, seu filho mais novo e sua mulher, sendo assim ele vive o personagem que precisa consertar sua família para que tudo volte ao normal. Mary Tyler Moore vive Beth, mulher e mãe da família que apesar de ser persistente e amar seu marido ela não acaba se dando bem com seu filho mais novo, mas ela não se esforça para tentar se dar bem com seu filho, sendo assim temos a nossa vilã. Timothy Hutton vive Conrad que depois de testemunhar a morte de seu irmão mais velho se vê como culpado da mesma. As atuações estão muito boas e podemos dar um destaque a Timothy Hutton que com apenas 19 anos mostrou que seu futuro no cinema podia acabar se tornando um dos melhores atores dessa geração, mas não foi bem assim que aconteceu. Sentimos que estamos vendo uma família de verdade quando esse elenco de peso consegue viver de forma tão positiva o filme, pois pelas características de cada personagem citado podemos observar que não é qualquer ator que poderia fazer estes papéis tanto que contamos com dois atores veteranos para fazer os papéis principais.
O roteiro foi escrito por Alvin Sargent que se baseou no livro de Judith Guest que nesse filme escreveu um lindo roteiro, possui uma dedicação para criar os personagens, uma caracterização bem semelhante que foi usada em Beleza Americana que é um filme mais poético, mas Gente Como a Gente trata mais sobre um impacto sobre uma família após uma tragédia que realmente fez a família revelar suas vulnerabilidades e defeitos, todo mundo tem defeitos e vulnerabilidades, mas depois que algo sério acontece e que muda suas vidas para sempre começamos a expor tudo isso porque nesse momento é o que mais precisamos ver quem realmente somos e tentar aprender com nossos defeitos que escondemos das outras pessoas. Eu não li o livro, mas posso dizer que o filme teve uma boa adaptação.
A direção de Redford é simples, não é ruim, mas não é merecedora de um Oscar. Lembre-se minha foi 8.0, não 10.0. Justamente pelo fato da sua direção ter ganho o Oscar de Melhor Diretor, mas devia ter sido pelo prestígio que ele estava tendo na época.
Vulnerabilidade familiar é o tema retratado carinhosamente no filme, mas todos temos defeitos e vulnerabilidades, pois afinal o filme mostra gente, gente como a gente.
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