Bizarro e cruel. Apesar de alguns segmentos sociais cultuarem Charles Manson e sua "família", não consigo observar o caso Tate-LaBianca de uma forma diferente. Manson e alguns de seus adeptos foram condenados a prisão perpétua, por conta de um comportamento doentio e perigoso que culminou numa série de acontecimentos horrendos e assustadores. Charles - que para muitos representa ou representava Jesus Cristo - é um psicopata, extremamente manipulador e sombrio. Acreditando que Os Beatles, através de suas músicas, enviavam mensagens diretamente para ele, Manson mandou e orientou uma série de assassinatos cometidos por seus seguidores de forma bárbara e cruel. Embasado na ideia de que o mundo iria entrar numa guerra étnica ele manipulou vários jovens e tornou-se o mentor de uma série de pessoas. Para formular sua tese, Mason utilizou referências bíblicas em conjunto com o White Álbum dos Beatles e escolheu a música Helter Skelter como o momento exato do caos. Além de rotular Blackbird como uma referência ao grupo Pantera Negras e Piggies aos brancos, formando assim, as canções que nortearam suas ideias malucas e perigosas. Manson acreditava que precisava transmitir tal mensagem para o mundo, e desta forma, o caminho inicialmente escolhido seria a música, porém a tentativa frustrada de gravar um álbum feriu seus desejos e sonhos. A partir de então Manson decidiu antecipar o "Helter Skelter" por meios de crimes bizarros, com a intenção de que os negros fossem acusados, culminando na guerra étnica que ele tanto pregava. Dentre as vítimas deste episódio cruel está a atriz Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski, que estava grávida de oito meses. Ela e mais quatro pessoas foram assassinadas - na residência de Tate - além do casal LaBianca, que foram atacados no dia seguinte. Este episódio ficou conhecido como um dos casos mais violentos e doentios julgados pela justiça americana, o caso Tate-LaBianca. É na tentativa de remontar tal ambiente que o filme Helter Skelter, dirigido por John Gray e lançado em 2004, se sustenta. Com um roteiro excelente, que inclusive foi escrito por Vicent Bugliosi - o promotor responsável pelo caso, em parceira com Curt Gentry - o filme tinha tudo para ser um fenômeno. Se dependesse apenas do roteiro e da atuação de Jeremy Davies, que interpreta Charles Manson, sem dúvida alguma a obra figuraria como tal. Porém a direção não foi tão grande. O inexpressivo John Gray não conduziu a película tão bem. Ele alongou algumas cenas de forma desnecessária deixando o filme, em alguns momentos, arrastado e chato. É uma pena! Mas tal fato não torna Helter Skelter medíocre, pelo contrário, é uma obra muito boa. A atuação de Jeremy Davies é fenomenal. O roteiro é excelente. Talvez se fosse um Tarantino dirigindo, teríamos uma obra digna dos grandes lugares na história. Mas mesmo assim valeu a tentativa. O filme é bom e compensa.
Críticas
7,0
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