Galaxy Quest, EUA, 1999. Diretor: Dean Parisot. Elenco: Tim Allen (Jason Nesmith), Sigourney Weaver (Gwen DeMarco), Alan Rickman (Alexander Dane), Tony Shalhoub (Fred Kwan), Sam Rockwell (Guy Fleegman), Daryl Mitchell (Tommy Webber), Enrico Colantoni (Methesar).
Cinco atores decadentes, que durante quatro anos haviam experimentado o sucesso como protagonistas de uma famosa série de ficção-científica na televisão (chamada Galaxy Quest), vivem hoje, vinte anos depois da série ter sido cancelada, nos anos 70, de recordar o passado, freqüentando as convenções de fãs, para faturar um troco, ainda que isso os deixe de baixo astral. Limitam-se a autografar fotos, vestir os uniformes, repetir os bordões do programa e a responder às perguntas sobre detalhes da série, dos quais nem mesmo eles (os atores) se lembram mais. Numa dessas convenções, a “tripulação” é abordada por um grupo de alienígenas de verdade, de uma galáxia distante, que pensam que as transmissões de TV são “documentos históricos”, e pedem a ajuda dos “heróis” para tentar salvar o seu planeta numa guerra em pleno espaço sideral, no comando de uma nave de verdade. Sem diretor ou roteiro, e sem saber nada sobre viagens espaciais os atores se vêm obrigados a se transformar nos heróis que os alienígenas pensam que são, o que, no fim das contas, veio dar sentido aos papéis que, durante anos, eles repetiram feito autômatos. Um dos atores odeia o bordão idiota do personagem, que era obrigado a proferir. Porém, no final da história, ele o exclama, pela primeira vez na vida, com um verdadeiro sentido.
Certos filmes não merecem ficar conhecidos pelos ridículos títulos que recebem no Brasil. Este é um deles. "Heróis Fora de Órbita", foi o título recebido aqui. “Galaxy Quest” seria um título muito bem entendido pelo espectador, já acostumado com títulos originais como “Star Trek” ou “Star Wars”. Um bom título, em português, seria: “Questão Galáctica”, e não deixaria de atingir o público-alvo ao qual se propunha atingir. Fora de órbita parecem estar alguns distribuidores brasileiros de filmes.
Trata-se de uma sátira que brinca com as séries de ficção-científica, do tipo “Jornada nas Estrelas”, mas também as homenageia, tratando do assunto com carinho e bom-humor. Produzido pela Dreamworks, de Steven Spielberg, pode até melindrar aqueles que cultuam a série “Star Trek”, os chamados Trekkies, principalmente em relação ao deboche nas cenas que reproduzem convenções frequentadas por nerds caracterizados como personagens da série.
No elenco, preste atenção no segurança Guy, vivido por Sam Rockwell em início de carreira – ele estaria depois em “The Green Mile”, de Frank Darabont, e em “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Garth Gennings. Alan Rickman (da franquia “Harry Potter”) interpreta o ator shakespeariano, que odeia a fala de seu personagem em cena. O ator Tim Allen (de “Grande Problema”, de Barry Sonnenfeld) faz uma paródia sutil do Capitão Kirk (vivido por William Shatner), em “Jornada nas Estrelas”. Sigourney Weaver (de "Alien") está ótima, como a "estrela" supervalorizando seus atributos físicos.
A edição nacional em DVD traz o filme no formato widescreen anamórfico, com som Dolby Digital 5.1 (em inglês, português e espanhol). Inclui o making of: Set de Filmagem no Espaço, o especial Omega 13 (que só deve ser acionado depois de visto o filme), sete cenas cortadas, trailer de cinema, notas de produção (em folheto), filmografias e a faixa de áudio em Thermian (a língua fictícia dos extraterrestres – o que se trata apenas de uma brincadeira). Na seção Biografias estão escondidas nove entrevistas com membros da produção. 102 minutos.
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