Na minha opinião, acho que o melhor romance lésbico já filmado (entre os que eu vi) é o 'Imagine você e eu' (Imagine me & you, 2005) dirigido por Ol Parker e estrelado pelas divas Piper Perabo e Lena Headey. Só que há muitas obras-primas tratando desse tema, a exemplo de 'Assunto de meninas' (Lost and Delirious, 2001) de Léa Pool e também estrelado por Perabo; há também o 'Livrando a cara' (Saving Face, 2004) de Alice Wu e a estréia dos irmãos Wachowski (Matrix), 'Ligadas pelo desejo' (Bound, 1997) com Gina Gershon e Jennifer Tilly. Esses são os melhores dos que eu já assisti. No entanto, há muitos que eu procuro mas não encontro ainda em dvd no Brasil, como 'Diário roubado' (1992), 'Therese and Isabelle' (1969), 'Desert Hearts' 1985) e muitos outros.
Eu escolhi o filme do Ol Parker como o melhor devido ao elenco e a algumas características da produção. Por exemplo, o filme não caiu na mesmice de retratar lésbicas estereotipadas, com hábitos masculinos e comportamento estranho (as duas são bem femininas), o que é uma coisa que o diferencia da maioria dos demais filmes, mesmo daqueles que também ficaram bons. O que também chama a atenção é que a sinopse e a estrutura narrativa do filme se assemelha muito as demais comédias românticas feitas para o público heterossexual, o que dá ainda maior charme e originalidade a essa obra-prima. Parker optou por retratar o amor lésbico de uma forma leve, sem uma atmosfera pesada carregada de tabus ou de preconceitos (mesmo a mãe da personagem de Headey, que no início parecia não aceitar o romance da filha, acabou aceitando posteriormente de uma forma sincera e descontraída). Obviamente que devem existir filmes densos e carregado de dramaticidade, como é o caso de 'Assunto de meninas', pois nesse mundo repleto de preconceitos, intolerância e hipocrisias, é legal vermos na tela todo o drama com o qual vive os homossexuais. Mas os filmes não devem se ater apenas a um ponto de vista, aquele que retrata o mundo como ele é, visto o cinema também foi criado para fazer com que possamos sonhar com um mundo ideal (até para que possamos nos refugiar desse mundo mesquinho que é o nosso dia-a-dia é preciso que haja filmes idealizados). Por isso nota 10 para o Ol Parker e para todos do elenco, pois fizeram um trabalho sublime (é curioso ver um filme sobre lésbicas que não é fetichista dirigido por um homem).
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